Além da aposta na candidatura à Presidência de Luiz Inácio Lula da Silva , o Partidos dos Trabalhadores ( PT ) decidiu priorizar pela primeira vez em sua história a eleição de uma bancada na Câmara dos Deputados . A legenda deve deixar em segundo plano as disputas para o Senado e para os governos estaduais.
Os motivos são a necessidade de formar uma bancada que garanta a governabilidade e ajude a impedir a tramitação de pedidos de impeachment, caso Lula seja eleito, ou uma posição de força caso o petista seja derrotado. Além disso, pesa na decisão a repartição dos recursos públicos dos fundos eleitoral e partidário, cuja maior parte é dividida entre as legendas de acordo com o número de representantes de cada uma eleitos para a Câmara dos Deputados.
Essa é a primeira vez que o PT prioriza a eleição de deputados. Para tanto, a legenda definiu uma primeira lista de candidatos nos Estados, incluindo nomes como o ex-governador de Minas Fernando Pimentel e políticos recém-chegados, como o ex-deputado do PSOL Jean Wyllys . “A Câmara virou fundamental para a governabilidade e para dar racionalidade à política”, disse Pimentel, que confirmou a candidatura a deputado.
“O Jean Wyllys será candidato em São Paulo”, contou a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann . No mesmo Estado, o partido pretende lançar o vereador Eduardo Suplicy a deputado.
Dois ex-candidatos ao governo paulista também devem concorrer à Câmara: Luis Marinho e Alexandre Padilha.
Lula e a direção do PT procuraram ainda figuras conhecidas do partido, como o ex-deputado federal José Genoino, que declinou da candidatura – ele pretende continuar fazendo “trabalho de base”. Outra recusa – ao menos por enquanto – a participar do “projeto 2022” veio da ex-presidente Dilma Rousseff .
No Rio o PT decidiu apoiar Marcelo Freixo (PSB) para o governo do Estado e apostar na professora e escritora Elika Takimoto para a Câmara.
O deputado federal Reginaldo Lopes, que coordena a frente pró-Lula em Minas, desistiu de concorrer ao governo e vai se lançar ao Senado. “A prioridade do PT em 2022 será formar uma base no Congresso. Acreditamos que podemos voltar aos 90 deputados federais de 2002. Hoje são 54.” Segundo ele, o partido “não vai lançar candidatos a governador para marcar posição”.