Shi Menegat faz sua estreia em novelas com “Elas por elas”. Em entrevista ao site, o ator não-binário, que criou o próprio nome artístico, fala sobre a experiência de dividir o personagem Renée com a atriz Maria Clara Spinelli.
— Acho a Maria Clara um acontecimento, já admirava. Quando soube que ela estava confirmada na novela, foi incrível. Ela é muito acolhedora e especial. Acho que está fazendo um trabalho maravilhoso. Fiquei muito feliz de estar podendo contar essa história junto. Vejo a estreia em “Elas por elas” com muito carinho. Espero ter outras novelas para fazer. Tenho recebido muitas mensagens nas redes sociais. Leio as que consigo. Acho muito legal, porque as pessoas estão abraçando a Renée. Tem muita coisa ainda pela frente.
Na trama das 18h, Shi aparece nas cenas de Renée na fase jovem. Depois de 25 anos, ressurgiu no reencontro com as amigas como uma mulher trans. Shi considera um avanço a abordagem ao tema:
— É muito legal ver como uma novela consegue acompanhar e contribuir dessa forma, criando e mostrando novas narrativas que vão fazer com que o público se identifique e reveja suas questões e noções. Enxergo como atualizações que são muito corajosas e também são incontornáveis pela sociedade em que a gente vive, pela necessidade de personificar histórias e corpos que sempre existiram, mas que ao mesmo tempo sempre foram apagados da mídia, da história, do cinema. Sempre renegados.
Há pelo menos dois anos, o ator, de 29, se define como não-binário. O termo refere-se ao grupo de pessoas que não se percebe como pertencente a um gênero exclusivamente:
— Uso pronome neutro, ele e ela. No momento, estou usando todos os pronomes. Gosto muito de pensar no meu gênero com uma fluidez. É muito libertador.
Já no cinema, o ator fez “O Mensageiro”, filme dirigido por Lucia Murat que estreou no último domingo (8) no Festival do Rio. No longa, Shi interpreta o personagem Armando, um soldado do exército durante a ditadura militar brasileira.