Clube de elite de SP veta babás sozinhas em restaurante e só permite legging com camiseta até o joelho
Frequentadores do clube de elite Harmonia, um dos mais restritos da cidade de São Paulo, se surpreenderam nesta semana ao receber um comunicado da diretoria que estipula regras para a entrada e permanência de babás na sede da associação.
Além do uso de uniforme na cor branca, o Harmonia impõe uma série de restrições sobre os locais que essas profissionais podem ficar e até mesmo fazer suas refeições. É vetado, por exemplo, que elas frequentem os restaurantes da sede ou da piscina —a não ser que estejam “acompanhadas das crianças e dos patrões”.
Além disso, as babás só podem se alimentar dentro do clube quando estiverem acompanhadas das crianças e “exclusivamente” em dois locais: nas mesas dispostas entre o quiosque e a piscina infantil e nas mesas em frente ao balcão da lanchonete da piscina.
Elas também só “terão permanência admitida” em locais específicos: parquinho, quiosque, vestiário infantil e na sala de espera ao lado da portaria social.
“Quando as crianças estiverem em aula ou praticando alguma atividade esportiva, deverão permanecer à espera nos locais designados, não podendo utilizar as dependências de uso exclusivo dos sócios”, diz o comunicado.
Sobre a vestimenta, a diretoria do Harmonia destaca que é permitido o uso de “bermudas na altura do joelho, e camiseta na cor branca, sem qualquer tipo de inscrição, estampa ou transparência, não sendo permitido o uso de shorts ou colant”.
“O uso de legging também é permitido desde que a camiseta branca tenha comprimento próximo ao joelho”, afirma o comunicado.
Há regras também para motoristas particulares que devem usar uniforme na cor azul. Além disso, eles só podem aguardar os sócios do lado externo, “com o veículo devidamente estacionado”. “São permitidos exclusivamente para acompanharem crianças entre as portarias e os departamentos.”
O Harmonia foi fundado em 1930 por dissidentes do Paulistano, outro clube de elite de São Paulo.
Questionado sobre as restrições impostas às babás nos restaurantes, o Harmonia diz que houve um aumento de 20% dos frequentadores do clube, o que fez com que fossem reforçadas as “políticas já existentes referentes a quaisquer não-sócios”.
A diretoria afirma também que este novo regulamento de acesso de visitantes e profissionais foi redigido por um grupo de trabalho, que contou com a participação de gestores, sócios e família. “Portanto, têm a validação da grande maioria dos associados”, diz.
“Conforme nosso estatuto, o clube tem como foco o atendimento aos sócios e, portanto, toda a nossa estrutura não pode ser direcionada para terceiros como amigos, familiares, convidados ou acompanhantes”, afirma.
“Vale destacar que, em nenhum momento, essas medidas limitam, restringem ou discriminam a presença destes acompanhantes em qualquer ambiente. Pelo contrário. Foram adicionados espaços não-obrigatórios nos quais os visitantes têm preferência para ocupação, seguindo exatamente os mesmos padrões oferecidos aos sócios nos espaços anteriores”, complementa o clube.
O Harmonia afirma ainda que possui “a menor taxa para acesso de acompanhantes dentre todos os clubes com padrão similar” na capital paulista. É cobrada uma taxa mensal de R$ 150 por família para a entrada de acompanhantes aos finais de semana.
O clube diz que o uso de uniformes por acompanhantes “é um requerimento que precisa ser seguido por quem desejar utilizar nossa estrutura, assim como há regras proibindo consumo de bebidas alcoólicas, fumo ou desenvolvimento de atividades que não estejam em conformidade com a função profissional.”
O Harmonia acrescenta que realiza frequentemente pesquisas de satisfação e não tem registros de queixas sobre o assunto. “Destacamos que recente pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos aponta um crescimento de 10% no índice de satisfação geral dos sócios da Sociedade Harmonia de Tênis —o que nos coloca entre os clubes de maior destaque no país.”