Ladrão de cena, Rainer Cadete já tem mais espaço do que o mocinho vivido por Cauã Reymond em Terra e Paixão. Luigi faz rir e instiga a mulherada com seu sotaque, tanto em cenas calientes como nas que usa o charme para dar golpes. Agora, ele mostra que é um homem capaz de amar com o romance que está desbancando o casal principal da história. Tatá Werneck, entre uma piada e outra, também vai além de seus papéis anteriores em novelas com a espevitada Anely.
A novela das nove da Globo acelerou o ritmo, cortou um pouco as repetições nas falas dos personagens e promoveu uma boa virada na semana passada. O resultado foi instantâneo e comprovado na audiência --a trama registrou 27,0 pontos de média no Painel Nacional de Televisão (PNT) entre 3 e 8 de julho. No Rio de Janeiro, o folhetim atingiu 32, 2 pontos na última segunda-feira (25).
Enquanto as vidas de Aline (Barbara Reis) e Caio (Cauã Reymond) seguem enroladas para dar mais ibope, Irene (Gloria Pires) virou bruxa de verdade e só falta voar em uma vassoura.
A veterana, que não renovou com a Globo, tem carregado a novela nas costas nos últimos capítulos, o que é um presente para o telespectador. Importante lembrar que Gloria quer investir em trabalhos atrás das câmeras; com isso, corre-se o risco de a atriz ficar um bom tempo sem fazer um folhetim.
Porém, este texto é para falar de Rainer Cadete. Gloria já está em outro patamar faz muito tempo. O intérprete de Luigi é um dos “queridinhos” de Walcyr Carrasco, e isso não é mera especulação. Terra e Paixão já é a sétima trama do autor em que Cadete trabalha.
A parceria deles começou ainda em 2009, com Caras & Bocas. Como o Visky de Verdades Secretas (2015), o ator soltou a franga com um trabalho totalmente diferente. Uma construção de tipo que ousou ainda mais na continuação da saga, lançada em 2021 no Globoplay.
Luigi beija Anely em cena de Terra e Paixão
Casal shippado em Êta Mundo Bom!
Entre as duas partes da trama de Angel (Camila Queiroz), em 2016, lá estava Cadete com um personagem bem diferente em Êta Mundo Bom!. Celso foi uma espécie de segundo mocinho da história, formando par romântico com Maria (Bianca Bin).
O Candinho vivido por Sergio Guizé nunca perdeu a majestade, mas Débora Nascimento não rendeu como se esperava: sua mocinha Filomena acabou escanteada por Maria.
A história se repete agora na atual novela do horário nobre. Aline e Caio não perderam os postos de mocinhos, mas com o drama que carregam nas costas --além de papéis recheados de controvérsias–, o jogo vira a favor de Luigi e Anely. Por mais que Carrasco não assuma, é claro que a internação de Petra (Debora Ozório) serve para que o casal decole ainda mais na shippagem, provando que humor e amor podem andar de mãos dadas.
O autor costuma ter essa habilidade de focar em quem está acertando e agradando. Um desses caso ocorreu em O Outro Lado do Paraíso (2017), trama de Carrasco que tem ingredientes bem parecidos com os de Terra e Paixão.
Há seis anos, Gael (Sergio Guizé) foi rejeitado como par romântico de Clara (Bianca Bin) depois que a espancou. Patrick (Thiago Fragoso) correu atrás dela durante muito tempo e acabou virando o príncipe encantado da história.
Rainer Cadete tem tudo para desbancar um dos principais galãs do Brasil pelo trabalho que faz na pele de Luigi. Aos poucos, ele vai se distanciando do cafajeste apresentado nos primeiros capítulos e se aproximando do homem com que muitas mulheres sonham.