Diretora da Faculdade de Medicina da USP compara greve estudantil com holocausto

Diretora da Faculdade de Medicina da USP compara greve estudantil com holocausto e pede desculpas

Eloísa Bonfá afirma que fez uma escolha de palavras inadequadas

A diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloísa Bonfá, emitiu uma nota na manhã desta quinta-feira (21) pedindo desculpas após comparar a greve estudantil nas dependências da universidade com o Holocausto.

Na nota publicada no site da faculdade, Bonfá reconhece a necessidade de esclarecer uma menção que fez em um encontro recente com alunos em greve.

“Quero enfatizar que, ao mencionar eventos históricos de grande dor e sofrimento, como o Holocausto, em comparação com as ações tomadas durante a greve estudantil, fiz uma escolha de palavras inadequada e retifico minhas palavras”, disse a diretora.

Bonfá foi a primeira mulher a assumir a direção da Faculdade de Medicina da USP em 110 anos. Ela também foi a primeira à frente da diretoria clínica do Hospital das Clínicas, associado à faculdade.

Segundo ela, a intenção nunca foi estabelecer uma comparação direta entre “esses dois contextos tão distintos”.

“O objetivo de minha fala era refletir sobre a importância da memória e do respeito mútuo dentro de nosso ambiente acadêmico, enfatizando que comportamentos marcados por desrespeito e agressividade devem ficar registrados para que não mais se repitam dentro do ambiente acadêmico”, afirmou.

A médica completa dizendo que acredita na capacidade da comunidade da faculdade em resolver conflitos por meio de diálogo, compreensão e respeito às diferentes perspectivas.

“Comprometo-me a promover esses valores e a trabalhar incansavelmente para que nosso ambiente acadêmico seja um espaço de crescimento, aprendizado e respeito mútuo”, finaliza.

A greve estudantil foi decidida em assembleia dos estudantes em 7 de março e, desde então, o corpo discente da faculdade está em paralisação. Os alunos pedem a permanência do espaço “porão” após a diretoria da unidade emitir uma notificação extrajudicial ao restaurante AZE, que fica no local, exigindo sua saída. Reivindicam também a manutenção de subsídios alimentares, revisão da prova de residência e fim do programa “Experiência HC”, em que estudantes de outros centros de ensino podem ter uma imersão prática no Hospital das Clínicas mediante pagamento.

“O Experiência HC representa um projeto de mercantilização e privatização do ensino e espaço público. Reivindicamos o fim do programa com o compromisso de que isso não comprometa bolsas de permanência”, diz uma publicação do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, que lidera a greve na faculdade, em redes sociais.

A partir das 19h desta quinta-feira (21) os alunos do internato, período em que os estudantes têm experiências práticas no hospital, também entrarão em greve. A previsão é de que a paralisação deste grupo termine no sábado (23) às 7h.

todo dia alguem comparando algo com holocausto
banalizaram real no merdil ne?

puts

a banalização do holocausto

aliás é mt raro mediciner entrar em greve, então a situação deve tá complicada mesmo. ano passado eles entraram em greve com outros cursos pq precisaram pedir contratação de professor pra matéria de obstetrícia… uma faculdade de medicina com um problema desses…