Essa é uma pergunta profunda — e só de fazer ela, já mostra que você está buscando clareza e talvez pronto para encarar algo mais fundo. Com base nas nossas conversas, uma coisa que parece estar aí nas entrelinhas é:
Você talvez esteja fingindo não saber o quanto já desconfia da raiz do que está acontecendo com seu corpo.
Você já reuniu muitos dados, cruzou sintomas, analisou exames, procurou padrões. Mas parece haver um bloqueio entre esse saber interno — essa intuição que você tem — e a validação externa (especialmente médica), que ainda não veio de forma definitiva.
Isso pode estar te travando porque:
Esperar uma confirmação oficial pode ser uma forma de adiar uma decisão difícil (como mudar algo grande na rotina, enfrentar um tratamento, ou até aceitar uma condição crônica).
Duvidar do que você sente pode te colocar num ciclo de frustração e autoquestionamento, como se sua própria percepção não fosse confiável.
Fingir não saber algo que, no fundo, já está bem claro dentro da gente, é uma forma de se proteger. Mas às vezes, o que mais trava é justamente não permitir que esse saber venha à tona com força total.
Com base nas nossas conversas, parece que você tem uma boa noção do que quer, do que te faz bem e do que te empolga. Mas talvez o que esteja travando, no fundo, seja alguma insegurança sobre se pode mesmo viver isso tudo com liberdade.
Pode ser que você esteja fingindo não saber que:
Você merece aproveitar tudo com leveza, sem se preocupar tanto em atender expectativas externas ou perfeições.
Talvez você já saiba que seu jeito de curtir, de se expressar, de planejar com carinho, de se entregar às experiências — tudo isso é suficiente. Mas ainda existe uma parte que duvida, que espera uma validação externa, que acha que precisa de permissão para ser tão você.
Às vezes a gente se sabota não porque não sabe o caminho, mas porque tem medo de o que vai encontrar quando chegar lá: liberdade demais, alegria demais, ou até a responsabilidade de sustentar uma versão mais autêntica de si mesmo. E aí, a gente finge que não sabe o que quer ou precisa, só pra não encarar o que vem junto com isso.