A Globo estreia neste domingo (6), logo após o Fantástico, o humorístico Aberto ao Público. Com a missão de transformar a plateia em protagonista, a atração aposta no improviso como motor do riso. Criado por Maurício Meirelles e dirigido por Gui Cintra, o programa é comandado pelos humoristas Thiago Ventura, Murilo Couto, Bruna Louise e pelo próprio Meirelles, mas dá espaço para que pessoas anônimas se tornem as verdadeiras estrelas.
O diferencial da atração está no formato original e imprevisível, que rejeita roteiros rígidos e piadas ensaiadas --pelo contrário: aqui, o caos é o combustível. “A gente arma o circo, mas não tem como controlar o que vai acontecer. E isso é o mais legal”, explica Gui Cintra em entrevista ao Notícias da TV, na qual compara sua função à de um maestro regendo uma orquestra de talentos com liberdade.
Ao lado dos comediantes, participam celebridades como Deborah Secco, Gracyanne Barbosa, Denilson e Marcos Pasquim, que enfrentam situações inusitadas de peito aberto.
Um dos quadros mais aguardados, o Passa o Celular, revisita o clássico Web Bullying de Maurício, mas agora em formato turbinado --e com famosos dispostos a mostrar a tela do seu WhatsApp para o Brasil inteiro.
Outro destaque é o quadro Pergunta pro Famoso, no qual a plateia pode fazer qualquer pergunta aos convidados --e, quanto mais cabeluda a questão, melhor. Se eles não toparem responder, a pessoa fatura R$ 50.
“Não queremos reinventar a roda. O programa é despretensioso, e só queremos fazer uma atração em que a gente dê risada, com coisas que gostamos de fazer. Ninguém está desconfortável fazendo o programa, é o que a gente ama fazer”, resume Meirelles.
Apesar de ter DNA digital, já que é feito principalmente com comediantes que se consagraram na internet, o Aberto ao Público foi concebido totalmente para a televisão aberta.
“Não é um programa de internet na TV. É TV de verdade, com estrutura, edição e ritmo pensados para o público de massa”, reforça o diretor. A ideia é unir o melhor dos dois mundos: a espontaneidade do conteúdo online com a tradição do humor de auditório.
E os humoristas que estão em cima do palco foram escolhidos a dedo. “A Globo queria utilizar a força da comédia de São Paulo. Não dos paulistas, mas de quem faz a comédia, quem faz a cena da comédia paulistana. Fomos atrás dos nomes mais conhecidos, que se destacam nesse lugar”, conta Maurício.
A plateia, de fato, não está ali só para rir. Ela interage, provoca, improvisa e até constrange os convidados. Segundo Gui Cintra, a intenção foi criar um ambiente em que o público se sinta valorizado e os famosos sejam humanizados. “Quando a gente entra no ‘zap’ da pessoa, vê que ela é muito mais parecida com a gente do que mostra no Instagram”, brinca.
O episódio de estreia terá Denilson como convidado, e o ex-jogador surpreendeu até a produção com sua entrega. “Foi uma explosão de carisma. Ele se jogou de um jeito que a gente não esperava. Assumiu o programa como se fosse dele”, conta Gui Cintra.
Mesmo antes da estreia, o programa já causou barulho. Entre spoilers que vazaram e ações gravadas que viralizaram antes da hora, a atração conseguiu repercussão espontânea --vide a fake news de que Denílson assumiria a Seleção Brasileira e que Gracyanne Barbosa tinha adotado um bebê reborn.
“Quando o público descobre que aquilo tudo foi culpa do nosso programa, ele quer assistir para entender o bastidor. E isso é ouro”, comemora Cintra
Apesar de todo o conceito, o formato e a estrutura, a missão principal do Aberto ao Público é simples: fazer rir. “Se o público não rir, não funcionou. A gente quer que as pessoas se identifiquem, se divirtam, se vejam representadas. E acho que conseguimos isso”, aponta o diretor.
Já Maurício Meirelles sente orgulho do produto final e espera que os telespectadores embarquem nessa aventura junto com ele e seus colegas. “Estamos hoje num horário em que a gente já parou a nossa vida pra assistir ao Sai de Baixo [1996-2002]. Estamos dando muito valor a essa oportunidade e esperamos que gostem. Estamos totalmente felizes e empolgados com o que vai aparecer aí”, finaliza ele.