Desenhado como um trabalho gravado inteiramente a capella, Björk antecipou as críticas até mesmo de seus fãs mais dedicados. “Todo mundo estava dizendo: ‘Oh, ela está fazendo um álbum vocal, será uma experiência horrível como Yoko Ono”, ela confidenciou ao Telegraph. “Mas eu queria mostrar que um álbum vocal não precisa ser para poucos escolhidos. Tratava-se apenas de trabalhar com o instrumento que conheço melhor, minha voz.”
Aparentemente, os críticos esqueceram que 10cc e The Flying Pickets também lançaram singles vocais pesados, desviando o foco dos instrumentos de apoio para os vocais em questão. Mas, ao contrário dos homens acima, Björk usou isso como uma expressão de sua identidade, especialmente em “Pleasure Is All Mine”, uma crítica contundente ao papel das mulheres na sociedade suburbana.
‘Show Me Forgiveness’ possui uma de suas performances mais detalhadas, reforçada por uma determinação gelada de cantar sozinha. Ninguém mais para guiá-la, ela canta livremente, incorporando o estilo de voz que já guiou os homens das cavernas para caminhos mais iluminados.
Top 10 completo:
- Can – Tago Mago (1971)
- Björk – Medúlla (2004)
- William Basinski – The Disintegration Loops (2002-2003)
- John Lennon and Yoko Ono – Unfinished Music Vol.2: Life With The Lions (1969)
- Diamanda Galas – The Litanies of Satan (1982)
- Tim Buckley – Starsailor (1970)
- Brian Eno – Another Green World (1975)
- Frank Zappa – Freak Out! (1966)
- Yoko Ono – Yoko Ono/Plastic Ono Band (1970)
- Lou Reed – Metal Machine Music (1975)