Jamais imaginei que ia ganhar esse negócio, diz Fernanda Montenegro sobre Oscar em 1999
Atriz é homenageada no programa Tributo, da Globo, que será exibido no próximo dia 16, quando completará 95 anos de vida
A Globo vai exibir em TV aberta no próximo dia 16 uma edição especial do programa Tributo, com Fernanda Montenegro. A data escolhida para a transmissão não foi à toa: é o dia em que a atriz comemora 95 anos de vida. O projeto também estará disponível no Globoplay.
A coluna teve acesso ao material em primeira mão. No vídeo, Fernanda diz que acumula várias paixões ao longo da vida: pela arte, família e por seu eterno companheiro, o também ator Fernando Torres, que morreu em 2008. Todos esses temas são revisitados no episódio.
Uma das principais passagens do programa serão acontecimentos importantes como a fundação da Companhia Teatro dos Sete , da qual também faziam parte Fernando Torres, Sergio Britto e Ítalo Rossi, além do diretor Gianni Ratto, em 1959; e sua atuação como Dora em “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles, que lhe rendeu a indicação para o Oscar de melhor atriz no ano seguinte.
Em seu depoimento, ela pondera que a derrota para Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado” (1999) não se tornou um trauma. Pelo contrário. Mesmo com a torcida brasileira, Fernanda diz que, no fundo, sabia que não conquistaria o prêmio.
“Jamais pensei que iria levar esse negócio. Mesmo que não pegue a estatueta, aquilo já bota você no noticiário. Eu assisti como se estivesse em uma fantasia. Sabia que não ia levar nada, mas estive lá. Eu sou obediente, às vezes”, brincou a veterana.
Fernanda Torres, sua filha, pode mudar essa história e “fazer justiça” no Oscar 2025: ela tem aparecido na lista da imprensa internacional como um dos nomes que deve figurar na disputa de melhor atriz, por sua atuação em “Ainda Estou aqui”, de Walter Salles, baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva.
No tributo, Fernanda também falou, claro, sobre sua carreira na televisão. “Fazemos parte da história cultural da televisão brasileira. Eu comecei em dezembro de 1950, na TV Tupi. Havia um grande elenco, todos muito jovens, e hoje estamos aí, à beira dos 100 (anos). As nossas biografias são muito bonitas, porque são biografias de resistência”, comenta.
Após a adoção de um nome artístico, que ela mesma criou ainda no início da carreira, a homenageada revela o segredo para equilibrar a convivência entre a celebridade e a pessoa física.
“Sou, ao mesmo tempo, Arlette Pinheiro Monteiro Torres e Fernanda Montenegro. Uma é a chamada de uma arte, de uma profissão. A outra, sou eu de porta fechada, sólida, dentro de casa. Será que isso é sadio? Não sei! Mas é desafiador. E já que estou com essa idade, tenho sobrevivido”, conclui.