Tudo sobre a coletiva online da primeira fase de "Renascer", próxima novela das nove

A Globo promoveu no dia 12 de dezembro, uma terça-feira, a coletiva online da primeira fase do remake de “Renascer”, próxima novela das nove que estreia no final de janeiro de 2024. Participaram o autor Bruno Luperi, o diretor Gustavo Fernandez e os atores Gabriel Sater, Antônio Calloni, Juliana Paes, Duda Santos, Adanilo, Uiliana Lima, Belize Pombal, Julia Lemos, Evaldo Macarrão, Fábio Lago, Edvana Carvalho, Quitéria Kelly, Enrique Diaz e Humberto Carrão. Fui um dos convidados e conto sobre o que rolou no bate-papo.

Gustavo Fernandez começou falando sobre o desafio de dirigir o remake: “Desde que fui convidado foi muito impressionante ver que Renascer foi a novela da vida de muitas pessoas. E quando souberam que eu ia dirigir muitos atores me ligaram querendo participar. O convite de José Luiz Villamarim abriu a garrafinha do cramulhão pra mim. Eu fiz ‘Pantanal’, ‘Justiça 2’ e recebi o convite para ‘Renascer’. O certo era eu dar uma parada, mas tinha que fazer. Minha parceria com o Luperi vem desde ‘Velho Chico’”, relembrou.

Bruno Luperi comentou sobre fazer mais um remake: "Cada novela é diferente e é como um filho. Se compara a ‘Pantanal’, mas é outro sentimento. É a novela que mais me toca porque tinha 5 anos quando ela foi ao ar e a gente via as coisas saindo do papel e ganhando vida. As duas novelas que são o maior marco na carreira do meu avô.

Meu avô atingiu o ápice dele como novelista em ‘Renascer’. Eu prometi a mim mesmo que não faria outra novela do meu avô porque repetir o êxito de ‘Pantanal’ é meio complicado, mas aceitei porque o convite foi irrecusável. Agora ela tem uma primeira fase um pouco maior e achei melhor para explorar a grandiosidade dos personagens todos. O cacau era visto como ouro na época e a vassoura de bruxa, que é uma praga, surgia na segunda fase derrubando esse cacau. Agora ela surge ainda na primeira fase porque vivemos uma nova realidade econômica. Eu não sou o dono dessa história, sou um servo dela. É muita responsabilidade pegar uma obra como essa", confessou.

Juliana Paes não escondeu a animação com seu novo papel: “‘Renascer’ marcou muito uma fase especial da minha vida. Tinha meus 13, 14 anos e não deixava de assistir nada. Essa novela me propôs naquele tempo reflexões muito especiais. A novela é uma saga de redenção. O amor tem uma capacidade de bomba atômica e quando tem o avesso ao amor também pode machucar e ferir as relações de pais e filhos. O papel do tempo mostra como pode ser cruel, mas tem uma força curativa de selar sentimentos. É um paralelo com a minha família que é muito forte para mim. A Jacutinga foi vivida pela Fernanda Montenegro e é um acontecimento. O que já foi feito com perfeição não pode ser copiado ou refeito, mas precisa ser reinventado. O Bruno pensou nisso quando me deu a personagem. A Jacutinga que me foi encomendada reflete muito os dias de hoje, reflete lutas do nosso tempo em relação aos nossos direitos, nosso corpo. Ela tem um pacto com a vida. Uma pessoa que já viveu tanta coisa que deu a volta completa na dor. Já passou por tanto que não se permite ser para baixo, quer ensinar outras pessoas e ensinar a serem felizes apesar do que viveram. Uma mulher que sabe andar na corda bamba da vida. Sabe fazer sua voz ser ouvida e acolhe os outros. Um desafio muito grande. Acho que as mulheres vão ficar muito felizes com o que a Jacutinga tem a dizer”, analisou.

Duda Santos falou sobre a importância de seu papel na trama: “Maria Santa é uma personagem que é amor no melhor sentido da palavra. O maior desafio dessa personagem para mim é contar uma história tão bonita. Contar com tanta beleza. Meu medo maior foi esse. Conseguir comunicar para as pessoas o tamanho do amor que é essa personagem e a delicadeza que interpretá-la. Bruno reescreveu essa história com uma lindeza… É uma história muito bonita. Maria Santa é uma força da natureza. Foi tudo feito com muito amor e dedicação. A personagem tem me atravessado muito. Estou dando o melhor de mim e estou feliz como nunca estive antes com um papel”, confessou a atriz que estreou na tevê em “Travessia”.

Gabriel Sater respondeu sobre trabalhar em mais uma dobradinha com o autor: “O que falar desse presente que Bruno Luperi e Gustavo Fernandez nos deram? A novela tem um valor imenso no meu coração. Já vi 3 vezes e to vendo a quarta vez agora. ‘Pantanal’ mudou minha vida. Sou muito grato a esse autor que mudou minha carreira. Rachid agora traz cores diferentes e me entreguei a essa nova alma. Vou me transformando a cada personagem. Trabalhar com Carrão é um sonho também porque é um dos maiores da minha geração. Fico ligando para o meu pai todo dia porque a missão dele será mais longa. Temos conversado muito”, contou o ator que viverá o personagem na primeira fase e seu pai, Almir Sater, na segunda.

Adanilo comentou sobre sua estreia na televisão: “O pontapé na minha carreira ser ‘Renascer’ é um presente. Me sinto agraciado. Ainda mais estar junto com pessoas tão incríveis e talentosas. Me sinto muito honrado em dividir esse papel com Xamã e a Mel que também são indígenas. Nossos personagens não estão ligados ao universo indígena, mas estamos lá com nossos corpos”, observou. Já a colega Uiliana Lima, que também estreia na TV, acrescentou: “Tenho sentido uma parceria tão grande e o privilégio de fazer a primeira fase. Estamos em um projeto que acreditamos muito. Vou sentir o peso de fazer uma novela quando for ao ar. A melhor forma de começar neste universo. Alegria representar uma mulher que vem do nordeste”, finalizou. E Belize Pombal também falou sobre o sentimento de estrear em um folhetim: “Tenho uma sensação de responsabilidade, mas não é um peso, é mais a responsabilidade de receber um grande presente e cuidar dele. Vi a novela quando criança e era tudo mágico. Para uma criança aquilo tudo teve uma força muito grande. Já sabia que era atriz, mas não tinha coragem de falar. Fazer novela pela primeira vez e com uma personagem de tantas camadas está sendo um presente”.

Julia Lemos, outra estreante, confessou: “É uma das maiores responsabilidades que já tive. As pessoas estão muito disponíveis e estou com os pés no chão. Quando falei para minha mãe que tinha conseguido o papel da Flor vi o quanto essa novela foi especial para as pessoas. Tem sido incrível ter vindo do Recife para fazer essa novela”, revelou. E Evaldo Macarrão, que também tem no enredo o seu início na televisão, encerrou com um relato emocionante: “Orgulhar meus ancestrais é meu dilema. Sou do candomblé, dos orixás, e não há um peso da responsabilidade, mas uma leveza que não vem da obrigação e, sim, do amor. É minha primeira novela e Benedito Ruy Barbosa é um mestre, mas estou tranquilo. A mesma dignidade que tenho com minha peça de teatro terei com a novela nesse corpo preto que fala”, reforçou.

Fábio Lago era um dos mais animados na coletiva: “Estou emocionado e reflexivo porque é muito importante essa obra para mim. Sou de Ilhéus e fui chamado pelo diretor Luiz Fernando Carvalho na época que fez ‘Renascer’, em 1993, mas não aceitei porque teria que parar a peça que estava produzindo. E agora fui chamado de novo e disse sim. Venâncio é um personagem incrível e cheio de camadas. ‘Renascer’ é um dos maiores folhetins que já tivemos na teledramaturgia. Gosto muito de compor personagens, mas para o Venâncio tive que acionar uma parte de mim. Nunca levei personagem para casa, mas esse tive que levar para acessar minhas sombras e memórias de dentro de mim. É um tipo muito polêmico. Estou investindo tudo o que posso nos dramas e loucuras desse personagem”, adiantou.

Edvana Carvalho também se sensibilizou: “Estou emocionada e cada capítulo que pego na mão eu choro. Atravessa demais a minha pessoa. É um grande presente que recebo poder interpretar uma mulher preta criadora de histórias. Trazer essa brasilidade de religiões. Inácia começa não se aceitando e depois parte pro legado deixado pela mãe. Mulheres pretas sempre foram invisibilizadas. Fazer Dona Solange Couto e Dona Chica Xavier juntas (atrizes que viveram a personagem em 1993) é uma responsabilidade muito grande e estou fazendo o meu melhor. Gostaria de agradecer toda a equipe. Quero muito trazer a energia da grande mãe que é Iemanjá, que é a Orixá da minha personagem”, revelou.

Antônio Calloni falou sobre seu processo no trabalho: “É o terceiro remake que faço. Fiz ‘Hipertensão’, ‘Éramos Seis’ e agora ‘Renascer’ e um personagem que foi do José Wilker. Mesmo sem ter visto a primeira versão, acho brilhante. Estou partindo do zero. Caminho pela desfaçatez e cara de pau, adoro brincar de faz de conta. É um prazer imenso fazer essa novela e renascer é a especialidade do brasileiro. É uma história de amor muitíssimo bem contada. O elenco é maravilhoso, a direção do Gustavo Fernandez é um primor. E sou muito a favor da comparação porque são leituras diferentes. Olha a maravilha que temos nas mãos que é poder comparar duas grandes obras. Estou muito feliz e grato em poder exercer meu ofício. É emocionante participar de um projeto como esse. Uma novela que é um ícone na história da teledramaturgia”, se emocionou o ator.

Humberto Carrão comentou sobre dividir o protagonista com Marcos Palmeira: “Eu e Marquinhos temos uma relação antiga. O José Inocêncio no final da primeira fase se parece menos com o do início. É estranho fazer 13 capítulos e não resolver os conflitos. Esse personagem sofre uma perda muito grande e é estranho entregar essa herança pro Marquinhos. Acho normal que haja estranheza na mudança de fase. Nós combinamos algumas coisas na fala do personagem. Eu fiz o remake de ‘Ti Ti Ti’ e a relação é parecida. Eu assisti a primeira fase de ‘Renascer’ quando me ligaram para viver o protagonista. A importância de ter visto foi me deixar louco para fazer. É uma das coisas mais bonitas que já vi, o texto é muito poderoso, muito rico. Tem rito, tem festa, tem macumba. Respeito pelas religiões de matriz africana. Sou um ator muito apaixonado pela história dos nossos atores mais velhos. Tenho dedicação em ver o que veio antes porque são eles que nos estimulam. Estamos fazendo uma coisa muito linda”.

Enrique Diaz, que também participa apenas da primeira fase, acrescentou: “Acho tudo muito lindo nessa história toda. O meu personagem não ter existido na primeira versão provocou uma permissão da intuição. Acho um personagem muito interessante. Ainda assim foi tudo mais intuitivo ainda porque a caracterização contribuiu muito. Deu uma oportunidade interessante e o direcionamento dos diretores também deu algo além do meu controle, o que me deixou orientar pelos demais atores e pelo texto. Está tudo muito lindo”.

E Quitéria Kelly falou sobre a mudança de perfis agora que interpretará uma mulher retraída: “Em ‘Mar do Sertão’ eu fazia uma libanesa e pulo para a Nena. Latifah era da comédia e agora é uma personagem dramática. A caracterização foi fundamental. Eu lembro muito da Nena na versão de 1993. Uma mulher mais recatada, mais calada, mais observadora. Me olhar caracterizada, com a sobrancelha preenchida, a pele carregada pelo sol foi fundamental para minha construção”, revelou a atriz.

A coletiva refletiu o clima de otimismo que o elenco tem vivido com as gravações do remake que tem estreia prevista para o final de janeiro de 2024.