Não faltam RPGs com combates estilizados, personagens ousados e conflitos intensos. Mas poucos jogos, até hoje, decidiram assumir de forma tão aberta que emoção e erotismo são forças tão poderosas quanto um bom acerto crítico de espada. Thirsty Sword Lesbians, que chega ao Brasil com o título literal e provocativo de Lésbicas Espadachins Sedentas, é mais do que um nome chamativo: é um RPG que fez história ao colocar o amor queer, a luta, o drama e a vulnerabilidade no centro da experiência.
O jogo nasceu em 2020, em plena pandemia, das mãos de April Kit Walsh, advogada de direitos civis e designer de jogos. Lançado pela Evil Hat Productions, Thirsty Sword Lesbians foi construído sobre a estrutura do Powered by the Apocalypse, mas adaptado com uma sensibilidade que se afasta do tom genérico de fantasia medieval. Aqui, o mundo é fluido, os gêneros são afirmados com orgulho e a espada é só mais uma ferramenta de expressão emocional. É um RPG que entende que a tensão entre personagens pode ser mais explosiva que qualquer bola de fogo e que a sedução pode ser tão estratégica quanto uma emboscada bem planejada.
Aqui no Brasil a chegada desse jogo abre uma porta crucial. Podcasts importantes do mercado de RPG já discutem o impacto da obra entre mestras brasileiras e as redes estão repletas de adaptações e fanarts em português. A expectativa é que a edição nacional fortaleça comunidades que há muito produzem conteúdo de forma marginal ou underground, e que agora encontram em jogos como esse um respaldo institucional e uma estética que combina mais com o que elas sempre imaginaram para si.
Fonte: RPG Lésbicas Espadachins Sedentas chega ao Brasil e desafia o que se espera de uma aventura de mesa