China e EUA, extremos opostos no controle de armas

A rotina de massacres em escolas americanas é chocante em qualquer país, mas chega perto do inconcebível para quem vive na China, que tem uma das leis de controle de armas mais rígidas do mundo. São raros os casos de violência com armas de fogo no país, e sua política em relação à posse de armas por civis está no extremo oposto à permissividade dos EUA. Enquanto os EUA estão no topo do ranking de países com a maior quantidade de armas per capita, um total que ultrapassa o número de habitantes do país, a China está no outro lado da estatística. Segundo o projeto Pesquisa de Pequenas Armas, de Genebra, nos EUA há 120,5 armas para cada cem pessoas — na China são 3,5.

A comparação entre os dois países pode parecer disparatada, e de certa forma é, tendo em vista a anomalia do fenômeno americano e das enormes diferenças entre culturas, histórias e sistemas políticos nos dois países. Mas ela torna-se parte da discussão, como quase tudo, no calor da competição travada entre as duas potências, não apenas em esferas como a econômica, a tecnológica e a militar, mas em padrões de governança e comportamento. É também uma competição moral, com pedras voando no telhado de vidro do rival.

Os astros se alinharam ainda mais nessa direção pelo fato de o ataque na cidade texana de Uvalde ter acontecido justamente na semana em que a China recebe a alta comissária de direitos humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet. A presença da ex-presidente do Chile está cercada de enormes expectativas, pela má reputação chinesa e por ser a primeira visita da principal autoridade em direitos humanos da ONU ao país desde 2005. Some-se a isso a crescente pressão do Ocidente, liderada pelos EUA.

As denúncias de que a China comete crimes contra a humanidade na província de Xinjiang viraram parte da disputa geopolítica entre Washington e Pequim e está no centro das atenções da visita de Bachelet. Na véspera de sua chegada à China, o governo americano apertou o cerco ao dizer que a alta comissária cometera um erro em aceitar a visita, já que dificilmente terá o acesso para apurar as denúncias de atrocidades contra a minoria uigur em Xinjiang. E aí veio o massacre de Uvalde.

Na entrevista coletiva diária do Ministério do Exterior chinês, um repórter da imprensa estatal fez uma pergunta coreografada sobre o atentado, comentando que “os incidentes de injustiça contra minorias étnicas continuavam crescendo nos EUA” — e levantou a bola para o contra-ataque. O porta-voz Wang Wenbin começou oferecendo condolências às famílias das vítimas, mas a solidariedade durou pouco.

Seguiu-se uma saraivada de críticas aos EUA, que nas palavras de Wang “mantêm-se insensíveis aos direitos humanos do povo americano” enquanto “atacam desenfreadamente outros países e interferem grosseiramente nos seus assuntos internos sob o pretexto dos direitos humanos”.

Nos últimos anos, a China saiu da defensiva no debate dos direitos humanos e deixou de apenas rebater as acusações para adotar uma meta mais ambiciosa, a de redefinir o que são direitos humanos. Nas sessões da ONU sobre o tema em Genebra, diplomatas contam que a missão chinesa é cada vez mais assertiva para quebrar o que Pequim descreve como um monopólio conceitual do Ocidente sobre o que devem ser considerados direitos fundamentais. Na visão chinesa, o foco ocidental em direitos individuais deixa de lado os direitos sociais, que deveriam ser vistos como prioritários, entre eles o desenvolvimento econômico e a segurança. Deveria ser um falso dilema, mas em nome da segurança coletiva a China acha legítimo coibir direitos individuais como liberdade política e de expressão.

A imagem incômoda de um sistema totalitário que controla todas as esferas da sociedade é a que geralmente vem à mente quando se fala em segurança na China. E ainda que ela não esteja longe da realidade, para a maioria dos chineses segurança é um dos ativos mais valorizados no pacote de ações que espera do Estado. Entre grande parte da população, o problema não é polícia demais, mas de menos. Também por estarem habituados a viver num Estado paternalista, é comum chineses se sentirem inseguros quando visitam países onde a presença da polícia não é visível. As onipresentes câmeras de vigilância no país, que no exterior são símbolo da indesejável invasão de privacidade de um Estado controlador, para muitos chineses é de fato sinônimo de segurança.

Meu primeiro encontro com a rigidez do controle de armas letais na China veio poucos dias após eu me mudar para Pequim, em 2013. Ainda instalado provisoriamente num hotel, precisei de uma faca para descascar maçãs. Afinal, eu vinha prevenido de que não era prudente comer frutas com a casca, devido à alta carga de pesticidas tóxicos usada na agricultura chinesa. Rodei o supermercado mais próximo e não achei. Procurei em outro, e também nada de facas. Foi aí que descobri que a venda de objetos cortantes havia sido proibida pouco antes, em resposta ao horrendo crime de um homem que esfaqueara quatro pessoas.

As facas aos poucos voltaram às prateleiras, mas nem todas: a mais popular da cozinha chinesa, "cai dao” (pronuncia-se "tsai dao”), uma espécie de cutelo superafiado, até hoje só pode ser vendida com registro e apresentação da identidade do comprador.

textão mas old que intranet da China + controle de armas: sem incel fazendo massacre

1 curtida

China maioral, o mundo é seu

Chocado

Na china tinham muitos ataques terroristas até o início do século, foram obrigados a tomar medidas de segurança e proteção, inclusive barraram a meta porque eles não davam informação dos grupos terroristas

Como é a segurança na China? Sei que eles tem o 2° maior número de carcerários do mundo, atrás só do USA

Matar inocentes e provocar guerras é da cultura do cusa
Por favor vamos respeitar

Nunca fui lá, mas pelo que pesquiso e acompanho parece um dos países mais seguros do mundo hoje, e esse número total de presos é por conta da população ser enorme também, a taxa de carcerarios é muito menor que a do EUA por exemplo, menos da metade do Brasil…

1 curtida

Pelo o que as pessoas propagam parece ser um país seguro mesmo

imagina a china um país com amis de 1 bilhão de habitantes. Lógico que tem que ter um controle forte e eles estão certíssimos, surrando o CUSA

É muito raro ver atentados, assaltos, acidentes… Antes falavam que é porque o governo controla toda mídia, mas hoje sabemos através de vários estrangeiros que moram lá e postam diariamente

Esse vídeo da Cymye é bem interessante, ela vai numa região mais afastada e pobre de Shenzhen pra mostrar um pouco a realidade, a gravação é em 360 bem legal

1 curtida

Jesus, que país de doentes

Amo a lenda, o povo surta com ela mostrando fatos, ficaram chorando pq ela não mostrava as periferias da China ela mostrou e eles continuaram jurando que é mentira kkk

1 curtida

Mas senão vende nem faca como o povo prepara as comidas?

Tem os bitolados que sempre vão surtar né kkkk, e olha que a Cymye não fala nada de política

Meu deus

Vão ter que comprar na shopee amigo

O que eu acho mais engraçado nos EUA é que eles são super chatos com alcool, vários lugares a venda fora das lojas específicas é até proibida, mas arma pode ter no Walmart

Vc só pode beber com 21
Mas pode dirigir com 16
E com 12 pode ir preso igual adulto