Apresentadora do Drag Race México, Valentina logo cita A Usurpadora (1998) ao falar das paixões em comum entre o país latino e o Brasil. Ela não esconde que a versão mexicana do reality, que chega ao Paramount+ nesta sexta (23), também tem muito dos folhetins. Não à toa, ela e Lolita Banana aprenderam a dosar muito bem as suas versões de Paulina e Paola --as gêmeas boa e má vividas por Gabriela Spanic-- para dar o melhor retorno às competidoras da primeira temporada.
Afinal, as artistas já sentiram na pele o que é participar do programa. Valentina até voltou para competir pela coroa em RuPaul’s Drag Race: All Stars 4 (2018) após ter se tornado a franca favorita dos fãs na nona temporada da versão um ano antes. Lolita, por sua vez, bateu na trave ao ficar entre as quatro melhores de Drag Race França (2021).
“Ter uma experiência prévia nos fez ser muito mais empáticas com as participantes, por conhecer de perto todo o processo que elas passaram. A angústia, a loucura. Porque se trata de uma competição muito intensa. Nós optamos por colocar as nossas críticas num lugar de amor, para ajudá-las a desenvolver uma carreira sólida”, explica Lolita em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.
À frente da primeira franquia latino-americana de Drag Race, as apresentadoras enfim têm a chance de mostrar a cultura da região em seu potencial máximo --em espanhol, sem a necessidade de tradução ou explicar melhor as suas referências para jurados norte-americanos e europeus.
“Eu nasci em Los Angeles, mas sou filha de mexicanos, então tenho o meu lado pocha [gíria norte-americana para se referir a imigrantes de origem latina]. Às vezes, no programa, até falei um pouco de espanglês [mistura entre inglês e espanhol, como o portunhol]. Mas dei o meu melhor para mostrar essa cultura que sempre esteve dentro de mim”, avalia Valentina.
Valentina no RuMail mexicano
Telenovela realness
A teledramaturgia brasileira também faz parte da bagagem cultural das anfitriãs de Drag Race México. Valentina não se esquece de Xica da Silva (1996), exibida pela extinta Manchete, e Lolita cita a minissérie Dona Flor e Seus Dois Maridos (1998) como inspiração.
O próprio reality tem um quê de folhetinesco, com direito a lágrimas. “Há histórias incríveis desde o primeiro episódio. Todos passamos por muitas coisas e somos razoavelmente dramáticos aqui no México (risos). Nós chegamos a segurar o choro várias vezes. Mas é um melodrama que vai entreter muito”, assegura Banana.
Valentina, aliás, não esconde que a própria história tem um quê de novela –e até arrisca um português para mandar uma mensagem aos brasileiros:
Eu sou muito agradecida aos meus fãs do Brasil, muito obrigada por toda a sua admiração. E vamos ter Drag Race Brasil! Vai ser emocionante para todos nós compartilhar as nossas culturas e ver florescer o talento latino-americano.
Veja o recado de Valentina: