Conhecida principalmente como Divina, a dona da pensão de Alma Gêmea (2005), Neusa Maria Faro morreu aos 78 anos na madrugada deste sábado (8). A causa da morte ainda não foi divulgada. A atriz estava afastada da televisão desde 2016. Seu último papel foi no teatro, em Gaslight - Uma Relação Tóxica (2022), peça de Jô Soares (1938-2022).
A morte foi anunciada pelo ator e dramaturgo Pedro Leão nas redes sociais. “Perdemos, infelizmente, a querida Neusa Maria Faro. Super atriz. Interessantíssima. Da melhor qualidade. Mulher de teatro. Querida amiga. Um beijo, Neusa”, escreveu o também jornalista no Instagram.
Neusa Maria Faro nasceu em 18 de fevereiro de 1945 em Sorocaba, cidade no interior de São Paulo. Aos 19 anos, ela decidiu ser atriz e foi morar na capital paulista. Formou-se pela Escola de Arte Dramática da USP (Universidade de São Paulo).
Começou a carreira no teatro, na peça As Feiticeiras de Salém (1975). Tem no currículo ainda espetáculos como As Trapaças de Satanás (1980), O Homem do Princípio ao Fim (1981), O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (1983), Nostradamus (1986), Noviças Rebeldes (1988), Porca Miséria (1993), Às Favas com os Escrúpulos (2007), A Toca do Coelho (2014) e Baixa Terapia (2017).
Atuou nos curtas-metragens A Inútil Morte de S. Lira (1989), A Idade sem Razão (1990), Quase Tudo (1990), Helena (1993), Sete Minutos (2003) e 5 Mentiras (2006). Neusa Maria também dublou desenhos animados e séries que passavam na Manchete, como Jaspion (1985-1986), Zillion (1987) e Changeman (1988).
Ingressou na televisão por meio do teleteatro e participou do Telecurso. O primeiro papel nos folhetins foi como Dira em A Idade da Loba (1995), uma co-produção entre Band e RTP. Depois, fez Irmã Catarina (1996), na CNT.
Migrou para a Record em 1997, onde atuou em Direito de Vencer (1997). No SBT, esteve em Chiquititas (1997), Fascinação (1998), Amor e Ódio (2001), Pequena Travessa (2002) e Seus Olhos (2004).
Após ter feito apenas uma participação em Torre de Babel (1998), Neusa se destacou na Globo como Divina Santini em Alma Gêmea. No folhetim de Walcyr Carrasco, a dona da pensão reproduzia sempre o bordão “Osvaldo [Fulvio Stefanini], não fale assim com a mamãe”.
Emendou papéis em O Profeta (2006), Caras e Bocas (2009), Cama de Gato (2010), Morde e Assopra (2011), Gabriela (2012) e Amor à Vida (2013).
Seu último trabalho na televisão foi uma participação rápida como Margarida em Êta Mundo Bom! (2016). Ela tinha sido escalada para viver Olímpia, mas teve um problema de saúde e acabou substituída por Rosane Gofman. “As coisas são assim mesmo, mas eu queria ter feito porque a novela foi bárbara, linda”, lamentou ela em live com a atriz Maria Zilda.
No Cinema, atuou nos filmes Canta Maria (2006), Família Vende Tudo (2011), O Segredo de Davi (2018) e Nas Mãos de Quem Me Leva (2021).
Nos últimos anos, a artista compartilhava sua rotina com os fãs nas redes sociais. Ela publicava fotos dela e dos animais de estimação. A última postagem no Instagram foi em 5 de agosto de 2022, com uma homenagem a Jô Soares.