O mamífero é natural das Montanhas Tianshan, na China, e por muito tempo iludiu os cientistas sobre sua real existência
Segundo o National Geographid, a espécie foi vista pela primeira vez em 1983, quando o cientista Weidong Li, enviado para estudar doenças e recursos naturais na província de Xinjiang, identificou o animal durante uma expedição.
Intrigado com a espécie desconhecida até então, a cientista capturou um exemplar e o encaminhou à Academia Chinesa de Ciências. Após outras expedições, em 1985, a existência da nova espécie foi confirmada.
O animal, que media cerca de 20 cm, tinha orelhas grandes e pelo cinza com manchas marrons, batizado como pika-de-Ili, em referência ao local em que foi descoberto.
Desde então, apenas 29 indivíduos vivos foram registrados, intrigando a comunidade científica, que não conseguia obter registros completos — nem mesmo comprovar se a espécie estava ameaçada de extinção ou se já teria desaparecido.
Pika-de-Ili é redescoberto
Após anos sem sinais do animal, Weidong Li reuniu um grupo de voluntários para uma nova tentativa de encontrá-lo.
Durante a montagem de armadilhas fotográficas ao meio-dia, nas Montanhas Tianshan, o esforço foi recompensado: um dos animais apareceu espiando por entre uma fenda em um penhasco.
O cientista conseguiu registrar o momento com sua câmera e comemorou o feito histórico. “Eles o encontraram escondido atrás de uma rocha e perceberam que tinham encontrado o pika-de-Ili. Ficaram muito animados”, contou o naturalista Tatsuya Shin que acompanha os trabalhos, ao National Geographic
Espécie ameaçada de extinção
Altamente sensível às mudanças climáticas, o pika-de-Ili se alimenta principalmente de plantas e ervas e tem sofrido cada vez mais com o aumento do pastoreio de gado e a poluição do ar, que reduzem seu habitat natural.
Na década de 1990, estimativas indicavam a existência de cerca de 2 mil indivíduos, mas especialistas acreditam que esse número vem diminuindo ao longo dos anos.
A IUCN (União Internacional para a Conservação da Naturez classifica atualmente o pika como vulnerável à extinção. Já o governo chinês o considera uma espécie oficialmente ameaçada.
Mesmo assim, não há esforços conjuntos em andamento para ajudar o pika-de-ili. Weidong comentou que espera mudar isso e usar a redescoberta do animal para criar áreas de conservação para a espécie.