BOB PARIS: O ATLETA QUE DESAFIOU O SISTEMA E PAGOU O PREÇO POR SER QUEM ERA
Nos anos 80, Bob Paris era considerado um dos físicos mais estéticos do mundo. Simetria, proporção e presença de palco incomparáveis fizeram dele um dos nomes mais respeitados da “Golden Era”. Muitos acreditavam que, se o critério fosse somente estética, ele seria imbatível.
Mas a trajetória de Bob Paris ficou marcada não apenas por seu shape, e sim pela coragem de fazer o que poucos haviam feito até então. Em 1989, no auge da carreira, Bob Paris foi um dos primeiros fisiculturistas profissionais a se assumir publicamente gay. A revelação, feita em uma entrevista à revista Ironman e reforçada em sua participação no The Oprah Winfrey Show, causou um terremoto na comunidade do fisiculturismo.
O impacto foi imediato: Bob perdeu todos os seus contratos de patrocínio. Diversas marcas cancelaram acordos, e sua imagem passou a ser evitada pela mídia esportiva. Além disso, ele recebeu ameaças anônimas por cartas e telefone, um reflexo do preconceito e da intolerância da época.
Além disso, Bob sempre foi um crítico ferrenho do uso excessivo de esteroides anabolizantes, algo que também desagradava os bastidores da federação na época. Em entrevistas, questionava o rumo que o fisiculturismo estava tomando, defendendo um físico mais clássico e saudável.
Fora dos palcos, Bob também se tornou escritor, palestrante, ator e ativista dos direitos LGBTQIA+, usando sua plataforma para conscientizar e lutar contra o preconceito. Chegou a ser reconhecido por organizações de direitos civis pelo seu ativismo e coragem.
Apesar de ter sido campeão do NPC American National e do Mr. Universo IFBB em 1983, Bob nunca venceu um show profissional da IFBB, mas conquistou posições de destaque em várias edições do Mr. Olympia.
Hoje, Bob Paris é lembrado não apenas como um atleta estético, mas como um símbolo de resistência, coragem e integridade no fisiculturismo.