PT fecha acordo e votará para manter o PL no comando da ALESP | Apenas PSOL votará contra

PT e base de Tarcísio dividem cargos para manter deputado do PL no comando da Assembleia

André do Prado, braço direito de Valdemar Costa Neto, precisou costurar aprovação de uma PEC para garantir sua reeleição

O atual presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado André do Prado (PL), conseguiu praticamente garantir sua reeleição após costurar um acordo entre a maioria dos partidos da Casa, incluindo o PT, para a manutenção de cargos já divididos entre as legendas.

A eleição para a presidência acontece neste sábado (15), e André, aliado do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, deve contar com o voto de todos os deputados, exceto os do PSOL, que lançou uma candidatura de oposição representada pela parlamentar Paula Nunes.

Segundo o acordo costurado pelo presidente da Alesp, será mantida a proporcionalidade da Mesa Diretora, com a divisão dos cargos entre os partidos de acordo com o tamanho das bancadas. A partir daí, cabe a cada legenda definir se seguirá com os nomes atuais ou se indicará novos deputados.

Em troca do apoio a André, o PT, maior bancada de oposição, continuará à frente da Primeira Secretaria.

O domínio sobre o cargo é importante porque permite a indicação de 71 funcionários comissionados. Outros departamentos da Casa, como correios e fiscalização de despesas, também ficam sob o guarda-chuva da secretaria, conhecida como “prefeitura da Alesp” por causa dessas atribuições.

Hoje, o primeiro secretário é o deputado Teonilio Barba (PT), que, após resolução do partido, será substituído por Maurici (PT).

A Segunda Secretaria seguirá com o PSDB, que deve trocar o deputado Rogério Nogueira por Barros Munhoz. Já a Primeira Vice-Presidência continuará com o Republicanos, que deve manter no cargo o deputado Gilmaci Santos, líder do governo.

“A gente quer continuar dando sequência ao trabalho de fortalecimento da Casa e do mandato de todos os deputados. Esse é o objetivo principal”, disse André do Prado à Folha.

Paula Nunes, do PSOL, afirma que a legenda não abre mão da candidatura em nome “da defesa dos direitos da população”.

“Nós sabemos que existe um acordo para a composição da Mesa Diretora entre os demais partidos, mas o PSOL entende que a nossa luta para que a Alesp tenha uma postura independente em relação ao governo não pode ser trocada por cargos.”

Neste primeiro mandato de André, o governo aprovou projetos como a privatização da Sabesp, a criação de escolas cívico-militares e a PEC (proposta de emenda à Constituição) que autoriza reduzir o percentual de recursos destinados à educação para aumentar os da saúde.

Em entrevista à Folha em janeiro, o deputado negou haver falta de independência na relação com governo. “Faz muitos anos que a Assembleia não tem independência como temos hoje”, disse. “O governador sempre deixa claro a independência, porém [havendo] a harmonia entre os Poderes. É isso o que eu penso também.”

A reeleição vem sendo costurada desde o ano passado. Em outubro, após meses de conversas entre os partidos, a Assembleia aprovou uma PEC que liberou uma única reeleição sucessiva para o presidente e os demais membros da Mesa Diretora, na mesma ou em diferentes legislaturas.

Até então, a recondução só era possível nesse último caso, o que impediria André de permanecer no posto.

Na ocasião, a PEC foi aprovada em pouco mais de um minuto, por aclamação —ou seja, sem votação individual.

Somente a bancada do PSOL, de cinco integrantes, manifestou voto contrário. O partido, porém, poderia ter pedido votação nominal e não o fez e também optou por não obstruir a votação da PEC que tornaria possível a recondução de André.

Isso porque a legenda calculou que ele já tinha maioria e que essa seria uma disputa perdida, o que poderia prejudicar as demandas dos deputados posteriormente. A expectativa era manter as vagas que o partido já tinha nas comissões —segundo parlamentares próximos das negociações para a reeleição, a composição delas ainda será definida.

Assim como o PSOL, o PT concluiu que, com os cerca de 30 votos da bancada da oposição, não seria possível fazer frente a André, que precisa do apoio de 48 entre os 94 deputados. O partido não se movimentou para reunir dissidentes e tentar construir uma candidatura.

Líder do PT na Casa, o deputado Paulo Fiorilo disse à Folha, na época, que a sigla havia apresentado uma lista de demandas ao presidente, que se mostrou disposto a encaminhar algumas e propôs mudanças em outras.

Ele afirmou que André acenou positivamente ao pedido para mudar o método de instalação das CPIs, que, segundo a oposição, privilegia a base governista, e para ouvir as bancadas no processo de nomeação para os conselhos.

O petista disse ainda que o presidente acatou reivindicações importantes do partido nos dois anos em que comandou a Casa e que, pessoalmente, não se opunha à sua recondução.

Deputados descrevem André como uma figura de perfil conciliador, capaz de estabelecer diálogo da esquerda à direita, e que mostrou habilidade na divisão de cargos na Mesa Diretora e de vagas nas comissões para consolidar apoio à sua presidência.

Por outro lado, críticos dele reclamam de uma excessiva complacência com o governo Tarcísio, o que teria transformado a Assembleia em uma linha auxiliar do Executivo.

Eles afirmam que os projetos encaminhados pela gestão estadual são pautados com rapidez e votados sem ampla discussão, em detrimento das iniciativas dos deputados.

André é um dos principais nomes cogitados para a vice de Tarcísio em 2026, caso o governador concorra à reeleição, ou como seu sucessor, se o pupilo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidir disputar a Presidência.

jss kk merecem perder em 2026 msm

Parece que o PT decidiu entrar para a BDireita

Old que Janjos são tão chatos e raivosos, que nem o PT gosta

É o partido do centrão