O PT está pressionando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para liberar a concessão de ao menos uma emissora de TV e outra de rádio para a legenda realizar militância. A solicitação formal já foi feita e agora a direção da sigla atua nos bastidores para que a presidência assine a liberação, ainda que não haja predisposição do mandatário para o tema.
Oficialmente, o PT entrou com pedido de concessões em junho em documento enviado para o Ministério das Comunicações e assinado pela presidenta da legenda, a deputada federal Gleisi Hoffmann. No ofício, a política argumenta que “um canal de comunicação próprio possibilitaria o cumprimento de um dever constitucional, legal e estatutário, oportunizando uma participação política para além do simples ato de votar, adotando-se uma verdadeira pedagogia de participação político-partidária”.
Levantamento realizado pelo próprio PT indica que há cerca de 50 canais vagos nos estados brasileiros e que não há nenhum impedimento legal para a liberação dessas concessões para um partido político. A intenção é avançar com a militância e atingir toda a população, inclusive conseguindo mais de um canal de TV e tantos outros de rádio.
Embora Lula não tenha se mostrado contra o projeto, o presidente já avisou aliados que precisará estudar um pouco mais o tema e tomar cuidado. O temor do presidente é que liberar uma concessão ao PT abra um precedente perigoso. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o mandatário não quer uma fila de siglas partidárias na porta do Planalto pedindo para ter sua própria televisão.
Outro ponto é que o petista não quer parecer usar a força do estado para beneficiar o seu próprio partido e por isso avalia que deverá postergar o tema. Porém, não será tão simples, já que membros do diretório nacional do PT estão pressionando pela rápida liberação. Nos bastidores de Brasília, outras siglas já se posicionaram a favor e apoiaram o movimento da legenda, também pensando em seguir o mesmo caminho.
O PL, de Jair Bolsonaro, é um dos que estão observando atentamente o movimento. Caso a concessão para o PT seja liberada, segundo uma pessoa influente dentro da sigla, o partido entrará “no dia seguinte” com o pedido de sua própria concessão.
