Velório coletivo de haitianos ocorre em ginásio de esportes de Palotina — Foto: RPC
O Ministério Público do Trabalho (MPT) acionou juridicamente a C.Vale, de Palotina, por não liberar funcionários para o velório dos colegas da cooperativa agroindustrial. Nesta sexta-feira (28), sete haitianos e um brasileiro são velados na cidade.
O g1 procura contato com a C.Vale.
Conforme documento, o pedido foi na quinta (27) e acolhido parcialmente na madrugada desta sexta (28) pela Justiça.
O juiz do trabalho, Alexandre Campana Pinheiro, entendeu que a cooperativa “viola os mais basilares princípios do direito humano” ao tentar manter o “integral funcionamento de sua cadeia produtiva”.
A decisão diz que cada funcionário, mesmo os terceirizados, poderão participar dos velórios pelo período de pelo menos duas horas. Em caso de violação, o magistrado previu multa de R$ 20 mil por funcionário impedido.
“Ao atender esta determinação, a cooperativa poderá manter o funcionamento mínimo da cadeia produtiva, visando evitar eventuais perdas de produtos, observando a devida segurança de seus funcionários, bem como a possibilidade de todos participarem dos eventos mencionados acima”, diz a decisão.
As vítimas morreram em um acidente de trabalho, após explosões sequenciais em um silo da cooperativa. O caso aconteceu na quarta-feira (26). A Polícia Civil (PC-PR) e o MPT instauraram inquérito para investigar as causas.
Sete haitianos morreram em série de explosões em silo no Paraná — Foto: Reprodução
Em pedido apresentado à Justiça, em caráter de urgência, o MPT disse que tanto trabalhadores brasileiros quanto haitianos foram impedidos de participar das últimas despedidas.
Nesta sexta, continuam as buscas por um trabalhador, também haitiano, desaparecido desde o acidente. Segundo o Corpo de Bombeiros, ele está sob uma carga de 10 mil toneladas de milho.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 11 pessoas ficaram feridas nas explosões. O local é um grande reservatório onde são armazenados produtos agrícolas.