No início, um sonho. Mas com a chegada do crime organizado, a casa própria virou um pesadelo para alguns beneficiários do “Minha Casa Minha Vida”, programa do governo federal que atende milhões de famílias baianas.
“Eles entraram em meu prédio batendo em porta em porta, falando que aqueles que são policiais, que têm parentes policiais ou que tenham amigos policiais civis ou militares deveriam sair. Estavam fortemente armados, com fuzis e pistolas. Era um grupo enorme”, diz um ex-morador do Conjunto Residencial Fazenda Grande II, localizado em frente à Avenida Assis Valente e da Pedra de Xangô. “O tráfico alugou o meu apartamento para um traficante chamado de ‘Menor’. E não estou trabalhando. Faço ‘bicos’ e pago R$ 540 de aluguel”, complementa a fonte, que hoje não reside mais em Salvador.
Vazios, os imóveis são sublocados ou vendidos. “Tem muitos anúncios de venda no Facebook e no site OLX, apartamentos por R$10mil, R$ 15 mil, R$ 20 mil, que foram de pessoas expulsas. Esse dinheiro provavelmente deve ser investido na compra de drogas em armas”, diz a fonte.
Pouco se fala disso, mas esses conjuntos habitacionais infelizmente acabam dominados pelo tráfico/milícias locais e quem não apoia eles mandam embora de lá
Jerônimo Rodrigues Souza (Aiquara, 3 de abril de 1965) é um professor universitário, engenheiro agrônomo e político brasileiro. Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), é o 52º governador do estado da Bahia desde 2023.