Big Bang não é ciência, é religião

Big Bang e multiverso são religião, não ciência, diz pesquisadora

Para Sabine Hossenfelder, linguagem matemática disfarça caráter mitológico de algumas teorias

A alemã Sabine Hossenfelder, 47, diz ter ficado um pouco deprimida depois de publicar seu primeiro livro. É que “Lost in Math” (perdidos na matemática), de 2018, torna pública a série de decepções e críticas que ela acumulou em sua área de estudos, a física teórica.

“Eu sentia que precisava escrever porque alguém tinha que falar aquelas coisas”, diz em entrevista à Folha. “Mas foi uma coisa bastante negativa de fazer.”

A pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados de Frankfurt, então, mergulhou em seus pensamentos para se lembrar do que a havia levado ao campo da física teórica, para começo de conversa.

Foi a vontade de entender como o mundo funciona –mas não no nível da sociedade, das pessoas ou das coisas. Ela queria ir mais fundo, até chegar às partículas a partir das quais tudo o mais é feito e que, em tese, podem explicar qualquer coisa que acontece no Universo.

Daí veio seu segundo livro, “A Ciência Tem Todas As Respostas?”, que a Contexto publica agora no Brasil. Nele, Hossenfelder procura explicar de forma didática vários dos temas mais pops da física, como a origem do Universo e as teorias quânticas.

A CIÊNCIA TEM TODAS AS RESPOSTAS?

  • Quando Lançamento em 10 de outubro
  • Preço R$ 69,90 (R$ 49,90)
  • Autoria Sabine Hossenfelder
  • Editora Contexto
  • Págs. 256

A Ciência Tem Todas As Respostas? R$ 69,90 (R$ 49,90)

stars - “A Ciência Tem Todas As Respostas?” Sabine Hossenfelder

Acostumada a fazer divulgação científica em seu canal no YouTube, onde tem mais de 1 milhão de inscritos, a autora não tem dificuldade para abordar questões áridas em linguagem comum e cheia de analogias. O que ela não consegue, porém, é deixar a crítica de lado

“Muitos divulgadores científicos tentam deslumbrar as pessoas, especialmente na cosmologia. Tudo sobre início do Universo e teorias quânticas é cheio de ‘uau!’, de grandes mistérios”, diz.

“Mas acho que as pessoas ficam em parte confusas e em parte decepcionadas quando descobrem que quase tudo isso é bobagem. E eu quero que as pessoas saibam a verdade. Quero que saibam o que realmente está acontecendo na física, o quanto sabemos e o que é blablablá.”

Big Bang? Blablablá. Multiverso? Blablablá.

Ou, para usar a formulação chique do livro: “Isso não é ciência. É religião mascarada de ciência sob o disfarce da matemática”.

A autora argumenta que, em muitos campos de pesquisa, ainda não existem dados suficientes para que os estudiosos cheguem a uma conclusão; em tantos outros, como o passado mais remoto, talvez nunca seja possível fazer observações capazes de sustentar uma hipótese.

Em qualquer um desses casos, diz ela, o que os pesquisadores estão fazendo quando defendem certas teorias nem pode ser chamado de ciência, pela impossibilidade de as evidências mostrarem se as teorias estão certas ou erradas.

“Mas não é como se tudo fosse bobagem”, diz na entrevista. “Há algumas boas pesquisas em andamento e há grandes questões sobre o quanto realmente podemos descobrir. Deveríamos falar sobre isso de forma honesta, deixando claro o que a ciência pode descobrir e o que não pode.”

Hossenfelder sabe que suas críticas duras não fazem amigos e, pior, têm sido usadas por inimigos da ciência para reforçar o negacionismo. Como se fosse possível apontar para ela e dizer: “Tá vendo, ciência é tudo besteira!”.

“Não sei se há algum jeito de consertar isso. Não importa o que você faça, sempre haverá pessoas que tiram conclusões precipitadas e atribuem opiniões a você. O melhor que posso fazer é explicar que há sutilezas”, diz.

Não só ela deveria tomar cuidado; na verdade, ela acha que os pesquisadores é que deveriam ser mais claros com o público quanto aos limites de seus estudos.

Qual a chance de isso acontecer? Deve ser quase zero. Hossenfelder afirma que os cientistas dessas áreas mais fundamentais tendem a negar a existência de qualquer viés em suas pesquisas, como se a objetividade de uma partícula pudesse eliminar a subjetividade de quem a estuda.

“Acho preocupante, especialmente na física, as pessoas dizerem: ‘Somos completamente racionais e estamos apenas falando sobre como o mundo é’. Eu penso: ‘Você não tem ideia de como o cérebro humano funciona’”, afirma.

Até aspectos aparentemente distantes do laboratório podem influenciar decisões sobre a pesquisa, diz ela; se a imprensa, o cinema, a comunidade toda está falando de um tema, mais gente vai se animar com aquele caminho específico, mesmo que seja um beco sem saída.

O viés também pode funcionar às avessas. Mulher num campo masculino –cerca de 95% dos inscritos em seu canal são homens—, ela sempre se sentiu menos integrada aos demais.

“Isso pode ser parte da razão pela qual tenho olhado as coisas de um jeito um pouco diferente. Ou será apenas coincidência? Quem sabe?”

O que ela sabe é que não gosta ser chamada para eventos pelo simples fato de ser mulher; prefere que seu nome venha à mente dos organizadores pelos méritos de sua pesquisa, e não porque queiram algum equilíbrio de gênero na mesa.

Ela conta que, mais de uma vez, disseram de forma explícita que ela estava sendo convidada por ser mulher.

“Agora que penso nisso, esses convites tendem a vir do Brasil… Não leve para o lado pessoal, pode ser apenas uma coincidência”, diz Hossenfelder. “Não acho isso particularmente lisonjeiro. Na verdade, é meio um insulto.”

Anotado

ambos não são comprovados, mas religião vai continuar sendo uma criação na cabeça de lunáticos

Que mulher maluca

a criacionista.
Aberração

ora pra ela

Gente, o comeback do fixismo

É por isso que é chamado de TEORIA ne

o merchan escancarado

Gente?

astrologia também

logo, quem acredita em signos = crentelho

O surto

só sei q a matematica é o sentido de tudo

O único Deus que temos certo são as estatísticas

Não adianta fugir dela. Estamos a mercê dela 24 horas por dia.

Baranga crentelha

que mulher burra, tem certeza que ela é uma pesquisadora?