Um processo de plágio contra a Xuxa Promoções e Produções terminou mal para a empresa da Rainha dos Baixinhos e vai custar R$ 40 milhões. Na ação, aberta há mais de 20 anos, o publicitário mineiro Leonardo Soltz afirma que houve apropriação indevida dos personagens de A Turma do Cabralzinho, criada para comemorar os 500 anos da chegada dos portugueses ao Brasil.
Segundo o site Conjur, o valor da condenação foi determinado, nesta quarta-feira (13/12), pela 3ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O resultado aconteceu após julgamento de uma contestação dos representantes da apresentadora.
Ainda na ação, Leonardo Soltz informou que apresentou sua ideia para a empresa, mas não houve interesse. Porém, ele se surpreendeu quando, pouco tempo depois, a Xuxa Promoções e Produções anunciou o lançamento da Turma da Xuxinha nos 500 anos de Descoberta do Brasil. Por isso, ele resolveu processá-la por plágio.
O valor inicial arbitrado foi de R$ 65,2 milhões, levando em consideração a reprodução das imagens em produtos licenciados e a tiragem das revistas. Esse valor levou em conta os mais de 20 anos que levou para chegar a uma solução. Somente os juros e correções atingem o total de R$ 46 milhões. Ainda é possível recorrer nas esferas superiores.
Nesta quarta-feira (13/12), ainda de acordo com o site, a Justiça determinou que o valor fosse reduzido, excluindo a rubrica da indenização do valor da marca e baixando o percentual dos lucros cessantes de 70% para 50% do que foi faturado em duas promoções (produtos de higiene infantil e revistinhas/bonecos).
Xuxa não sabia dos assédios às Paquitas?
Recentemente, Xuxa Meneghel afirmou ter ficado nervosa com as revelações feitas por suas ex-Paquitas, à respeito do tratamento que recebiam de Marlene Mattos nos bastidores do seu programa. A apresentadora falou sobre o assunto após elogiar a iniciativa da Globo em produzir para 2024 um documentário sobre a trajetória das meninas.
Acontece que tais revelações já haviam sido feitas há muito tempo por algumas Paquitas. Tudo foi documentado no livro “Sonhos de Paquitas — Nos bastidores do Xou”, escrito por João Henrique Schiller, ex-diretor do programa, que caiu como uma bomba quando foi lançado em 1996. Logo depois, foi censurado e hoje é um objeto considerado raro.
Xuxa pode até dizer para os fãs que não sabia dos abusos que as Paquitas sofriam, mas não é o que elas revelaram ao escritor na época. A coluna Fábia Oliveira teve acesso a algumas páginas da obra e vai revelar para vocês alguns detalhes do que foram dito por algumas das meninas.
Em um capítulo chamado “relacionamento profissional”, uma das Paquitas relatou a falta de oportunidades que elas tinham, já que tudo que aparecia era vetado por Marlene Mattos. “Nós não temos liberdade de mostrar nada. Somos um grupo e tudo que aparece de chance pra gente é vetado pela Marlene. Não só por ela, tem muita gente perto dela que não quer que a gente cresça e não deixa as coisas chegarem até ela”, dizia um trecho.
Em seguida, ela completou e deixou claro que a Xuxa consentia sobre algumas coisas que aconteciam nos bastidores.
“No começo nós éramos crianças. Estávamos ali para fazer palhaçadas. Para que a Xuxa estivesse rindo o tempo todo, de tudo que estava acontecendo à sua volta. Para que ela ficasse feliz. Depois nós fomos crescendo e elas foram vendo que nós não estávamos mais tão ‘engraçadinhas’. Viramos mulheres de repente. Aí! Não servimos mais para ficar de ‘bobo da corte’. Não temos muito a oferecer hoje em dia, amadurecemos, já passamos da fase do re, re, re… Nós não chegamos mais perto da Xuxa com a naturalidade de antes. Ela sempre diz: minha casa está sempre aberta. Mas não é mais a mesma coisa do início. Tem sempre alguém em cima tomando conta, tirando nossa liberdade. Não conseguimos mais ficar às oito com a Xuxa para conversar. E o pior de tudo para nossa desilusão é que a Xuxa não reage, ela consente”.
Mais adiante, foi relatado um episódio em que elas iriam viajar para o Paraguai. Xuxa e Ana Paula já estavam maquiadas e outras foram cobradas por isso também. “A Roberta e a Bianca sentaram juntas perto da Marlene quando de repente ela virou para as meninas e disse: ‘Parece que vocês deram a noite inteira. Vão se maquiar!’ Uma semana depois reuniram-se novamente na Xuxa Produções, dessa vez com a presença da Xuxa, que conversou com todas e declarou que não iria mais intervir a favor de ninguém pois estava decepcionada”.
Em outro capítulo, as Paquitas narraram que os tratamentos nem sempre foram assim. No entanto, contaram que, naquele momento, estavam sendo tratadas como “cachorras”. Em um diálogo, elas chegam a revelar que nem os comerciais que faziam, eram pagos à elas por Marlene.
Elas também disseram colecionar recordações de humilhações feitas por Marlene Mattos, sua irmã Angela Mattos e pela própria Xuxa.
“Na época do primeiro disco ela nos tratava como rainhas. Agora como cachorras. Nem os comerciais que fazemos ela nos paga. O comercial da Copa do Mundo da Arisco, praticamente não recebemos nada.
Nada?
Nada! – responderam juntas.
Ai, que ódio! Ela disse que nos pagaria extra-contrato tudo que fosse fora das coisas normais, inclusive em relação a Arisco. – disse Bianca.
Nosso contrato com a Arisco, segundo a Marlene, seria para usarmos a marca no corpo onde quer que fôssemos. Só isso? – esclareceu Juliana.
É! Mas a Xuxa ganhou uma pequena fortuna pelo ‘serviço extra’.
É muita sacanagem! Pior é que renovamos de boca agora e não recebemos nada além de promessas da Marlene para o final do ano. Será que vamos receber alguma coisa? Nós temos é um saco cheio de memorandos de broncas recebidas e recordações de humilhações feitas por Marlene, por Angel (Angela Matos) e até pela própria Xuxa”, dizia a conversa.
Em outra página, as paquitas afirmaram que tinham dias em que elas passavam o dia gravando ao lado de Xuxa, sem sequer falarem com ela em algum momento.
“Tem dias que chegamos à gravação, não falamos com a Xuxa, gravamos o tempo todo ao lado dela, vamos embora no final e sequer falamos com ela. Não falamos nada mesmo”, disse. “Nós aprendemos isso com elas. Por quê? Uma pessoa passa na sua frente, não fala bom dia, não fala nada, nem te olha, mas a Marlene sempre cobrou da gente: ‘Vocês têm que ter educação, tem que ter respeito pelas pessoas. Vocês têm que ter isso, tem que ter aquilo’. No entanto, ela não age assim conosco. Não respeita nem a nossa família. É horrível você ter que falar bom dia e saber que não vai receber resposta. Ainda mais vindo de pessoas que até então você venera e acredita”.
