Carla Bittencourt: Malu Galli, como Tia Celina, conquista o reconhecimento que sempre mereceu

No último dia 12, em meio à multidão emocionada do Círio de Nazaré, em Belém, um nome ecoou como um mantra: Tia Celina. Mas o que poderia parecer uma homenagem a uma personagem da novela “Vale Tudo” era, na verdade, uma consagração pública a quem a interpreta com uma força rara: Malu Galli. Ali, entre velas, promessas e fé, ela foi ovacionada — como se aquele reconhecimento já estivesse acumulado há anos, apenas esperando a hora certa de explodir.

E talvez estivesse mesmo. Malu Galli nunca foi uma atriz coadjuvante no sentido real da palavra. Mesmo quando o papel era menor, ela era central. Sempre entregou personagens com densidade, inteligência e uma visceralidade que não se ensina. Mas faltava algo que ela agora conquistou: o carinho amplo do público. A popularidade. O afeto das ruas. A catarse nacional.

Ela sempre teve o respeito da classe artística, da crítica, dos diretores mais exigentes. Agora tem também o grito das ruas. E esse é um movimento poderoso, porque quando o público descobre alguém como Malu Galli, ele não esquece mais.

O sucesso de “Vale Tudo”, nesta nova versão, não é apenas de audiência. É simbólico. Marca o retorno da telenovela como acontecimento cultural. A trama, com suas tensões morais e seus personagens marcantes, revive a função que as novelas tiveram por décadas: espelhar e questionar o Brasil em horário nobre.

Nesse contexto, Tia Celina — vivida por Malu — se tornou uma figura-chave. Não é só a tia que briga pela família. É uma mulher que pensa, que confronta, que denuncia. Em tempos de polarização e simplificação de tudo, ela trouxe complexidade emocional e política para a tela.

Mas é bom lembrar: o talento de Malu não nasceu em “Vale Tudo”. Essa novela apenas escancarou para todos o que seus trabalhos anteriores já diziam — de forma talvez mais sutil, mais subterrânea. Ela brilhou no teatro, em séries, em novelas passadas. Só que agora, o país inteiro se deu conta disso ao mesmo tempo.

E que coisa bonita é ver isso acontecer. Ver uma atriz comprometida, inteligente, bem posicionada e profunda ser reconhecida em todos os lugares: na TV aberta, nas redes, nas ruas e até nas campanhas publicitárias. Não porque mudou seu estilo, mas porque o país, finalmente, mudou seu olhar.

Malu Galli não se tornou melhor agora. O Brasil é que enfim acordou para o que ela já era. E ver essa virada acontecer — essa justiça emocional, artística, quase histórica — emociona. Porque é raro, é bonito, é verdadeiro. Porque há tempos a gente sabia. E agora o Brasil inteiro sabe também.

https://portalleodias.com/colunas/carla-bittencourt/opiniao-malu-galli-como-tia-celina-conquista-o-reconhecimento-que-sempre-mereceu

A bella, malu, olavinho tiveram um up enorme na carreira, e a debora ainda mais aclamada, por fim vale tudo vai sair com saldo positivo para os atores.

um papel lixo desses kk

1 curtida