O que alegam as partes envolvidas no caso antitruste da Meta?
Meta nega as acusações de monopólio do mercado com depoimento do CEO e fundador, Mark Zuckerberg, enquanto o Federal Trade Comission (FTC) alega o enfraquecimento dos serviços oferecidos pela big tech, entre outros.
Começou na segunda-feira, 14 de abril, nos Estados Unidos, o caso que julga a Meta por monopólio pela compra do Instagram e do WhatsApp.
O Federal Trade Comission (FTC) acredita que a Meta tenha rompido o acordo de competição estabelecido pela regulamentação local. Aponta também que a big tech tenha manipulado a experiência oferecida pelo serviço a fim de não concorrer de maneira direta com o Facebook, seu principal serviço à época.
Entre as possíveis demais alegações do FTC, segundo a Bloomberg, deverá incluir a queda da qualidade dos apps, sobretudo devido ao aumento de anúncios e o enfraquecimento de políticas de privacidade dos usuários.
Como previsto, a Meta negou o monopólio e defendeu o ambiente competitivo em que está inserida, ao lado de plataformas como o TikTok, YouTube, X e iMessage, da Apple.
O CEO e fundador Mark Zuckerberg foi o primeiro a ser ouvido no julgamento na última segunda-feira, 14. De acordo com ele, permitir que as pessoas se conectem com amigos e familiares continua sendo uma das prioridades da companhia. Apesar disso, sempre foram um serviço que “permite descobrir e aprender sobre o que está acontecendo no mundo”, disse.
A Meta chegou a fazer uma oferta de R$ 6 bilhões pelo Snapchat em 2013, mas a proposta foi recusada. Um dos argumentos utilizados pela defesa da empresa de Zuckerberg durante a audiência é o fato de o Instagram e Facebook terem registrado picos de uso durante o tempo em que o TikTok ficou fora do ar em janeiro.
O FTC, por sua vez, alega que players concorrentes como o Snapchat e o MySpace já estão extintos e não exercem mais tanta força.
O Instagram foi adquirido em 2012 por US$ 1 bilhão. Já em 2022, a big tech comprou o WhatsApp por US$ 19 bilhões. As transações aconteceram enquanto a empresa ainda operava sob o nome de Facebook. Durante o julgamento, tanto o governo norte-americano, quanto a própria Meta, deverão trazer relatos sobre a história da big tech e seus movimentos ao longo dos últimos 20 anos.
Assim como ocorreu com uma sentença sobre o Google, que poderá ser obrigado a se desfazer do seu navegador Chrome, a Meta corre o risco de ter que se desfazer do Instagram e do WhatsApp. A companhia conta com mais de 3 bilhões de usuários globalmente, sendo o Brasil um dos principais mercados para o WhatsApp.
Meta irrita Apple, Google e Snap após erro com documentos sigilosos em julgamento antitruste
Durante o julgamento antitruste envolvendo a Meta (empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp), um erro aparentemente simples acabou causando uma grande dor de cabeça para os advogados da companhia — e muita insatisfação entre gigantes da tecnologia como Apple, Google e Snap (criadora do Snapchat).
A Snap, inclusive, acusou a Meta de agir com descaso e questionou se a mesma falha teria ocorrido se as informações expostas fossem da própria Meta.
Apesar dos trechos revelados não conterem segredos industriais explosivos — um deles apenas dizia que usuários de iPhone preferem
Tudo começou quando a Meta apresentou ao tribunal alguns slides com trechos que deveriam estar ocultos por conter informações confidenciais de outras empresas.
No entanto, essas partes foram mal redigidas (ou seja, mal “escondidas”) e puderam ser facilmente acessadas, revelando dados internos que não deveriam ter vindo a público.
Para a Apple, por exemplo, o deslize foi considerado “grave” e colocou em dúvida a capacidade da Meta de proteger dados de outras companhias em situações sensíveis.
Segundo o site The Verge, advogados da Snap e do Google também expressaram forte desapontamento. A Snap, inclusive, acusou a Meta de agir com descaso e questionou se a mesma falha teria ocorrido se as informações expostas fossem da própria Meta.
O advogado da empresa sugeriu, como medida corretiva, que a tarefa de ocultar informações sensíveis nos documentos seja passada a uma equipe terceirizada e independente do processo.
Apesar dos trechos revelados não conterem segredos industriais explosivos — um deles apenas dizia que usuários de iPhone preferem o app Mensagens da Apple, por exemplo —, o problema maior, segundo as empresas, foi a quebra de confiança e o compartilhamento indevido de análises estratégicas.
Esse episódio só aumentou a tensão entre as empresas de tecnologia, especialmente em um momento em que disputas sobre concorrência desleal e práticas de mercado estão cada vez mais em evidência nos tribunais dos Estados Unidos.