Casos de bullying, uso de álcool e drogas nas escolas dobram na gestão Tarcísio
Números constam de relatório do Tribunal de Contas do Estado; governo diz que tem se esforçado para reduzir práticas
As ocorrências de bullying, uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas na rede estadual de ensino de São Paulo dobraram entre 2022 e 2024, ao mesmo tempo em que programas da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) para tornar as escolas mais seguras apresentam defasagem de profissionais.
Os registros estão no relatório de contas do governo em 2024 que foi aprovado pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), mas com ressalvas e recomendações em 11 áreas.
De acordo com levantamento do tribunal, as ocorrências de bullying saltaram de 4.739, em 2022, para 9.270, em 2024, no ambiente escolar. No mesmo período, os casos de uso de álcool e tabaco foram de 4.877 para 9.525. Ambos tiveram acréscimo de 95%.
Já os registros do uso de drogas ilícitas nas instituições de ensino cresceram 123%, com 4.655 ocorrências no ano passado ante 2.087 em 2022, ano da eleição de Tarcísio.
Também houve mais casos em 2024 de acidentes, tráfico de drogas e venda de álcool e tabaco. Como alento, os registros de crime por assédio sexual reduziram-se de 3.018 em 2022 para 1.413, no ano passado, queda de 53%.
No relatório, o TCE faz alertas para a dificuldade do governo em contratar profissionais para o programa Conviva SP, que tem objetivo de promover a melhoria da convivência e da proteção escolar.
O tribunal aponta que o programa tem percalços como número de alunos por grupo para atendimento por psicólogos acima do planejado (21 em média), ausência de serviço social em muitas escolas e vagas não preenchidas de professores orientadores de convivência.
Outro lado
Ao Painel, a gestão Tarcísio diz que tem se esforçado para reduzir tais práticas e a subnotificação de ocorrências no ambiente escolar, com a capacitação das equipes escolares.
“Esse trabalho permitiu a redução dos casos de assédio sexual no ambiente escolar e tem auxiliado os profissionais no enfrentamento a outras situações de risco e vulnerabilidade”, diz a nota.
De acordo com a Secretaria de Educação (Seduc), o sistema de registro de ocorrências nas escolas foi modernizado e passou a ser integrado a outros órgãos estaduais, o que garante respostas ágeis e acolhimento constante aos alunos.
A Seduc também diz que contratou 1.000 vigilantes para a Ronda Escolar, 13 mil professores e aumentou para 633 o número de profissionais do programa Psicólogos nas Escolas.
“A rede conta com 633 professores orientadores de convivência, que atuam diariamente na conscientização dos alunos para a promoção de uma cultura de respeito, diálogo e mediação de conflitos”, diz o governo.