Nos primeiros capítulos de Dona de Mim, Jaques (Marcello Novaes) parecia ser um vilão movido pela ganância e pela inveja, com ambição de tirar tudo do irmão e se tornar o todo-poderoso. O personagem segue focado nestes pontos, mas também tem exibido outras camadas. Rosane Svartman mais uma vez tem sido bem-sucedida ao construir um canalha multifacetado, e Marcello Novaes tem brilhado ao dar vida a Jaques.
Na maior parte das vezes em que aparece na TV, o malvado está sendo terrível de alguma maneira. Só na última semana, ele tentou espionar a mãe idosa para ter provas para interditá-la; criou uma armadilha para demitir Leo (Clara Moneque) injustamente; mentiu em seu depoimento na delegacia para se safar da acusação de ter matado Abel (Tony Ramos), deixou claro que quer acabar com Samuel (Juan Paiva) e, após salvar a vida de Filipa (Cláudia Abreu), tentou beijá-la enquanto a mulher estava inconsciente no hospital.
A lista de atrocidades de Jaques só cresce, e Novaes tem se saído muito bem nas cenas mais detestáveis de Jaques. O ator consegue dar veracidade à ira e ao ressentimento do personagem, com toques de charme e carisma.
Ao mesmo tempo, Jaques não é um personagem simples. As más intenções e a ganância dele são suas características mais marcantes, mas o vilão tem uma complexidade que vai além dessa primeira impressão.
Jaques já afirmou, tanto bêbado quanto sóbrio, que amava Abel. Em cenas previstas para irem ao ar nesta segunda-feira (8), ele terá até um sonho com o irmão, em que declarará seu amor novamente.
As cenas de flashback mostrarão ainda mais como foi formada a mágoa e a inveja que Jaques sentia de Abel, como ele passou de um jovem rebelde, que só queria viver de música e se apaixonou pela primeira mulher do irmão, a um adulto ressentido, oprimido pela rigidez dos pais e pela perfeição do irmão, que não soube tratar estas questões na terapia e tem tentado se vingar das maneiras mais baixas.
Ao longo dos meses de setembro e outubro, Jaques mostrará seus lados mais sentimentais. Ficará ao lado de Filipa, cuidará dela nas crises de bipolaridade e até fará declarações de amor à atriz. Ele conseguirá conquistá-la, e os dois enfrentarão a família para viver este romance.
Jaques também se emocionará verdadeiramente ao descobrir que é pai biológico de Davi (Rafael Vitti) e Ayla (Bel Lima), frutos de seu caso secreto com Olívia (Andrezza Abreu), primeira mulher de Abel.
É claro que, mesmo com esta nova fase, é impossível esquecer todos os crimes cometidos pelo personagem --sendo o mais grave deles o assassinato do próprio irmão.
É interessante ver, mesmo assim, a construção do vilão feita de uma maneira nada maniqueísta, sem retratar os personagens como representações perfeitas e básicas do bem e do mal. Jaques tem, aos poucos, exibido as raízes de seus sentimentos, e Marcello Novaes tem feito um bom trabalho em trazer as camadas de seu malvado à tona.
Já Rosane Svartman, autora de Dona de Mim, tem reproduzido com o vilão o mesmo movimento narrativo que já havia feito, também de maneira bem-sucedida, com vilões das outras tramas que desenvolveu na Globo.
Jaques não se parece diretamente nem tem as mesmas motivações que o Theo de Vai na Fé (2023) ou o Diego de Bom Sucesso (2019), mas todos se assemelham ao representarem forças malignas cheias de nuances.
Dona de Mim é ambientada em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. O folhetim conta com direção artística de Allan Fiterman. No elenco, estão Clara Moneke, Tony Ramos, Juan Paiva, Rafael Vitti e Cláudia Abreu, entre outros nomes.
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