Concessionária que administra Cemitério em SP cobra R$ 523 para uso da capela; família se revolta e faz cerimônia do lado de fora

A família do PM aposentado Elisier Ceballos, de 65 anos, está indignada com o que chama de “maior ultraje que o policial já viveu na vida”, na hora da morte.

Antes do sepultamento, os familiares quiseram fazer uma oração final de despedida na presença de amigos e dentro da capela do cemitério, mas relatam que foram impedidos de usar o espaço pela administradora do local.

Segundo a família, a capela - que era um equipamento público e gratuito antes da privatização dos cemitérios da capital paulista pela gestão Ricardo Nunes (MDB) - agora cobra mais de R$ 500 por hora para que as famílias possam se despedir dos entes queridos.

A solução para o impasse diante da cobrança, segundo o irmão do policial, foi pedir ao coveiro, do lado de fora da capela, que abrisse o caixão do falecido para que as últimas homenagens pudessem acontecer.

“Nunca vi isso na vida. Uma capela, que é chamada casa de Deus, fechar as portas para um filho querido na hora da precisão e da morte. É ultrajante e uma humilhação sem tamanho pra todos nós que ficamos e para meu irmão, que serviu ao Estado durante toda sua vida”, disse o comerciante Alessandro Ceballos.

O irmão do PM viajou do Espírito Santo para São Paulo para se despedir e disse ter ficado “indignado” com o que ocorreu no sábado.

“A gente já tinha pagado R$ 5.200 pelo sepultamento e todas as taxas. Como ele era PM muito querido, o velório foi na 2º Batalhão da Polícia Militar onde ele trabalhou a vida toda. Não íamos fazer velório no cemitério, mas, mesmo assim, a empresa nos cobrou R$ 500 pelo velório que não ocorreu. Quando a gente disse que não queria velório, eles disseram que iam abater o preço, mas só descontaram R$ 200 no valor final”, contou o irmão.

“Foi humilhante e dizer que a gente está indignado é pouco. Porque alguém que dedicou a vida pra salvar a sociedade, não merecia passar na morte o maior ultraje que já viveu na vida”, declarou o irmão.

O que diz a Prefeitura de SP

A SPRegula, empresa que gerencia os serviços funerários concedidos à iniciativa privada na Prefeitura de SP, disse que “está analisando o caso citado pela reportagem, ocorrido no Cemitério da Saudade, e será solicitado esclarecimentos à concessionária”.

A empresa também afirmou que a cobrança “está prevista no contrato de concessão dos serviços funerários e cemiteriais para casos específicos, como homenagem fora das dependências do cemitério”.

1 curtida

O que essas empresas de funerárias cobram é um absurdo

Ahn??? Alguém avisa?

“privatiza que da certo”

nem morrer a gente ta conseguindo