Folha: 'Guerreiros do Sol' retoma o velho padrão Globo de qualidade

Nosso audiovisual tem uma paixão de um século pelo cangaço. Desde o filme “Filho Sem Mãe” (1925), passando por “O Cangaceiro” (1953), premiado em Cannes, os cangaceiros inspiram histórias de heroísmo, aventura e muita violência contra uma realidade de pobreza e injustiça.

Com a estreia, nesta quarta-feira (11) de “Guerreiros do Sol” no Globoplay, a era do streaming chega à sua terceira produção sobre o tema. Reunindo um elenco primoroso, a produção passa longe de repetir as tramas que vimos há pouco no Disney+ e no Prime Video.

Traçando rapidamente as diferenças: “Cangaço Novo”, do Prime, trazia uma leitura do gênero no presente, com cangaceiros contemporâneos assaltando bancos no sertão. Com Isis Valverde, “Maria e o Cangaço”, do Disney+, é uma minissérie que revisita o mito de Maria Bonita a partir do olhar da cangaceira mais famosa da história.

Já “Guerreiros do Sol”, escrita por George Moura e Sérgio Goldenberg (de “Amores Roubados” e “Onde Nascem os Fortes”), traz uma história 100% ficcional, em que Josué (Thomás Aquino) e Rosa (Isadora Cruz) fazem as vezes de Lampião e Maria Bonita.

Mas isso só veremos mais para a frente, numa história que terá 45 capítulos. Quando a novela começa, Rosa está prometida em casamento ao poderoso Coronel Elói (José de Abreu), que vive em sua fazenda com o filho, o arrogante Idálio (Daniel de Oliveira), e a nora, a doce Jânia (Alinne Moraes).

Josué leva uma vida humilde ao lado dos três irmãos, o ambicioso Arduíno (Irandhir Santos), o festeiro Sabiá (Vítor Sampaio) e o prudente Crispino (Ítalo Martins) —um quarto, mais novo, virou padre.

Paisagens de faroeste

Depois de uma grande injustiça sofrida pelos irmãos, eles decidem se juntar ao bando de um cangaceiro veterano, Miguel Ignácio (Alexandre Nero, em mais um trabalho impecável). Mas Josué não consegue esquecer Rosa, e é por meio desse amor que os mundos da casa grande e do cangaço vão se encontrar.

“Guerreiros do Sol” vem para lembrar os áureos tempos em que a Globo soube aliar os melhores elencos, um grande texto e uma produção exuberante que não deixam nada a dever a Hollywood. O visual suntuoso, a cargo do diretor Rogério Gomes, o Papinha, não economiza nos planos gerais de paisagens do sertão que remetem aos grandes westerns de John Ford (“Rastros de Ódio”) e fazem uma discreta homenagem à série “Lampião e Maria Bonita” (1982), que a Globo produziu tendo Nelson Xavier e Tânia Alves como os icônicos cangaceiros.

Mulheres à frente

Além dos tradicionais amores e conflitos, a trama de Moura e Goldenberg tem dois grandes méritos. O primeiro é o de explicar sem didatismo como o cangaço fazia para se sustentar social e financeiramente, distribuindo parte do que roubava para a população (para angariar apoio) e subornando a polícia —nada muito diferente do que as milícias fazem hoje.

O segundo é o de dar amplo espaço para os conflitos femininos. As mulheres da novela criam uma sólida rede de apoio para compensar o descaso dos machos. Nos primeiros capítulos, acompanhamos a desilusão de Rosa, que se casa com o tradicional machista que só se preocupa com o próprio prazer. E mais pra frente, veremos crescer o amor entre Jânia e Otília (Alice Carvalho), irmã de Rosa. São novos (e necessários) olhares sobre um velho tema.

Guerreiros do Sol

Estreia nesta quarta, 11/6

Globoplay: cinco novos capítulos às quartas

Globoplay Novelas (ex-canal Viva): de segunda a sexta às 22h40

Globo um show de defecar na tv aberta e servir qualidade pro streaming

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Acho babaliy novela pra streaming
Basicamente eles tão fazendo na plataforma o que era reservado pro horário das onze

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Bem isso mesmo