Apesar de Bella Campos ter feito teste para interpretar a ambiciosa Maria de Fátima no remake de Vale Tudo, a autora Manuela Dias e o diretor artístico Paulo Silvestrini decidiram escalar uma atriz branca para o papel. Eles entendem que Odete Roitman (vivida por Beatriz Segall na versão original) nunca permitiria o casamento do filho, Afonso (Humberto Carrão), com uma jovem negra. A intérprete da preconceituosa ainda não foi definida.
Como Taís Araujo dará vida à protagonista Raquel --que foi feita por Regina Duarte na versão de 1988–, a Globo chegou a pensar em colocar uma atriz preta no papel que foi de Gloria Pires. Bella Campos até gravou seu teste, mas é pouco provável que seja escolhida.
Há quem defenda a escalação de Bella porque, entre o público que consome TV, ainda há quem ache que ela é uma mulher branca --a própria atriz só se entendeu como preta na adolescência. A “confusão” seria benéfica para a discussão sobre o preconceito de Odete Roitman. Também beneficiaria a personagem, que não se reconheceria como uma negra.
Além de Bella, Giullia Buscacio, no ar como a Sandra de Renascer, também fez teste para ficar com a personagem e deixou Manuela Dias e Paulo Silvestrini de queixo caído. Quem viu a audição da atriz assegura que ela não lembrou em nada a personagem da atual novela das nove da Globo.
Nos bastidores da emissora, o que se comenta é que o único fator contrário à escolha de Giullia seria o pouco tempo de descanso de sua imagem. O remake escrito por Bruno Luperi termina em 6 de setembro, e Vale Tudo tem estreia prevista para março do ano que vem.
Apesar da boa performance de Giullia, outras atrizes foram convocadas para serem testadas para o papel. Como o Notícias da TV adiantou, Theresa Fonseca, Julia Dalavia, Valentina Herszage e Letícia Vieira também gravaram audições. A Globo faz de tudo para evitar um possível erro de escalação.
A escolha da nova Maria de Fátima é a mais crucial para o remake da Globo e pode ditar os rumos da novela das nove, considerada o maior projeto para as comemorações dos 60 anos da emissora.
A história, afinal, se desenrola a partir do primeiro golpe da ambiciosa na mãe. A vilãzinha também está ligada aos principais núcleos da novela de 1988, deixando ainda mais complicada a missão da Globo em escalar uma atriz que faça jus à interpretação impecável de Gloria Pires.
Por isso, a escalação da atriz que assumirá esse papel na nova versão é tão delicada. É preciso que seja alguém capaz de provocar no telespectador emoções variadas, transitando da indignação à pena de maneira convincente.
