Bom, como prometido mais cedo, aqui está o meu tópico sobre Goetia.
Como prometi, trago agora uma introdução, de forma simples e acessível, ao sistema mágico intitulado Goetia. A intenção é que as “pocs”, por conta própria (ou não), se aventurem no mundo mágico do ocultismo.
Como um aspirante a mago desde muito cedo, sempre busquei conhecimento em todos os lugares que pude — e posso dizer que consegui acumular uma quantidade razoável de saberes dentro do campo ocultista. Nesse mesmo campo, a Goetia sempre foi um tema que me chamou atenção de forma muito particular. Sempre me senti fascinado com a ideia de contatar e barganhar com espíritos muito mais elevados.
Claro que, na Goetia, não estamos lidando com espíritos humanos, como acontece em outras vertentes do ocultismo — como a tábua ouija ou mesmo na, vulgarmente chamada, “macumba” — onde se trabalha muitas vezes com entidades como Pombas Giras e Tranca Ruas, que são espíritos de humanos desencarnados que ficaram em um plano entre o nosso e o outro.
Na Goetia, lidamos com os não nascidos — seres que já estavam aqui antes mesmo do mundo ser o mundo. Dependendo da interpretação, podem ser vistos como deuses esquecidos ou como demônios. O importante é que, seja qual for a versão em que você acredita, todas apontam para um fato: esses seres são muito mais elevados em termos místicos. E isso é simplesmente incrível!
Ter a chance de contatar e barganhar com eles é, no mínimo, surpreendente. Mais do que isso: eu, pessoalmente, acredito que todos nós temos um pouco de magia dentro de nós. Logo, todos somos capazes de fazer coisas extraordinárias sem precisar recorrer a um guru ou a alguém que se coloque como autoridade — até porque, convenhamos, o que mais existe por aí são charlatões querendo se aproveitar da boa vontade dos outros.
Então, seja você a sua própria fonte de conhecimento. Agarre o oculto com suas próprias mãos e explore a sua jornada, assim como eu fiz.
Vamos então partir para a prática logo. Primeiro, vamos falar sobre a Goetia tradicional. No futuro, você pode procurar sua própria vertente, mas é sempre bom começar pelo começo — especialmente para aqueles que buscam formar uma base sólida do ponto de vista teórico.
Aqui, vamos explorar a Goetia “original” do Lemegeton, reestruturada por Crowley séculos depois.
É válido dizer que o método, como listado nos antigos grimórios, contém várias “pegadinhas” na descrição da prática. Se fôssemos seguir tudo à risca, exatamente como está descrito, a prática se tornaria quase impossível ou, no mínimo, inacessível para a maior parte da população.
Então, sim: tudo ali pode (e deve) ser adaptado e simplificado para atender ao magista moderno. Isso é um ponto básico que qualquer magista minimamente razoável consegue compreender com facilidade.
Mas isso não significa que a essência da prática deva ser alterada. Ter inteligência para distinguir entre o que é essencial e o que é supérfluo é o que diferencia alguém apto de um mero asno.
Sendo assim, vamos ao que você vai precisar para o seu ritual.