Gominho fala do trabalho no 'TVZ' ao lado de Marina Sena e do luto pela morte da amiga Preta Gil

Gominho iniciou este mês sua terceira temporada consecutiva à frente do programa “TVZ Ao Vivo”, do Multishow. Depois de apresentar a atração ao lado da amiga Preta Gil e do cantor Daniel, agora ele tem a companhia de Marina Sena.

— Eu me sinto muito realizado. Desde 2015, tenho feito muitos trabalhos no Multishow: festivais, apresentação de programas. Está sendo um presente para mim, que amo música, que faço música, estar em contato com artistas diferentes. Eu e Marina não éramos muito próximos, já nos conhecíamos por causa da Preta, que nos apresentou, e eu já acompanhava o trabalho dela desde o começo, mas conviver mais de perto com ela tem sido maravilhoso, é muito bom ver a forma como ela é leve, verdadeira, despojada — elogia Gominho.

Gominho e Marina ficam no programa até o final do ano. Ele ainda não sabe se estará na próxima temporada, mas espera que sim:

— Eu vivo nessa corda bamba, na emoção. Espero que eles me chamem, me sinto pronto. A minha função ali no “TVZ” tem sido deixar o artista um pouco mais confortável. No caso da Preta, não, porque ela já tinha prática com televisão. Com ela, eu entrei porque o tratamento dela voltou, fomos fazendo juntos e ficando. Com o Daniel, eles me deixaram justamente nesse outro lugar, de deixar o artista que não tem prática com TP (teleprompter) mais confortável com a minha experiência. É muito gostoso estar nesse lugar, me prova o quanto amadureci profissionalmente e nem percebi. Eu me acostumei tanto com as pessoas não valorizarem o meu trabalho, que passei a fazer tudo por mim mesmo. Perceber que estou num lugar de auxiliar outras pessoas é ver que, de fato, o Multishow, a Globo confiam e acreditam no meu trabalho. Isso é muito importante para mim. É uma construção, tenho 12, 13 anos de carreira, tenho muita coisa para fazer ainda e não tenho muito que provar para as pessoas, não, mas tenho muito que provar a mim, gosto de provar a mim mesmo meu potencial.

Antes do programa, Gominho estava trabalhando em uma rádio em Salvador e deixou o emprego para auxiliar a amiga Preta Gil em seu tratamento contra o câncer. Ele conta que se espantou com a repercussão de sua atitude:

— Foi um movimento que me surpreendeu, eu não imaginava que iria causar tanta loucura nas pessoas um movimento tão natural, de amizade. Algumas pessoas falavam que era fácil para mim largar o emprego porque eu sou rico, e eu nem sou rico. Minha vida é o maior corre, mas eu sei que sou uma pessoa privilegiada de ter muitos contatos. Não sou uma pessoa assalariada que largou o emprego. Talvez, se eu fosse uma pessoa assalariada, eu não fizesse isso, mas eu sei que tenho muitos contatos e muitos privilégios. Foi o que aconteceu, fui fazendo publicidade, continuei trabalhando, só que bem menos, porque eu estava realmente a fim de me dedicar a ela. Mas sei que não fiz uma coisa absurda de largar um emprego. Eu saí de um lugar para ir para outro e segui a minha vida, como sempre sigo. O que eu queria fazer mesmo era estar ali, naquele momento, ao lado dela, e isso foi a melhor coisa que eu fiz na minha vida. Não me arrependo jamais.

Morando no Rio de Janeiro desde então, o apresentador conta em que momento pretende voltar a Salvador:

— Eu penso em morrer lá. Eu quero terminar a minha vida em Salvador, pintando, na minha casa. Tenho vontade de abrir um minirrestaurante com quatro mesas e cozinhar para as pessoas com hora marcada. E morrer por lá mesmo, morrer dormindo, morrer pintando. Mas quero morrer na Bahia, ouvindo o som do mar. É o que eu mereço, é o que todo mundo merece, uma morte tranquila.

Ele, que passou os últimos anos vivendo com Preta Gil no Joá, na Zona Oeste do Rio, e em São Paulo, onde a cantora fazia o tratamento, se mudou recentemente e conta como está sendo a adaptação ao novo apartamento:

— Lá no Joá é muito isolado, tudo tem que ser feito de carro, motorista, tinha os vários funcionários da Preta… E eu sou de Padre Miguel, sou de Bangu, estava com muita saudade de fazer as coisas a pé, pegar metrô, ir à farmácia. Agora estou retomando essa vida. Tem sido engraçado também porque, desde que cortei o cabelo em 2019, depois veio a pandemia, e eu dei uma sumida mesmo. As pessoas se desacostumaram com a minha imagem, mas agora a minha imagem voltou (à mídia) e as pessoas têm me encarado no metrô, elas ficam olhando, umas param, me abraçam, tem sido curioso. Estou feliz porque estou voltando a estar na rua, eu gosto disso, de bater perna.

O apresentador nega ter recebido uma herança de Preta e revela ter ficado preocupado com a proporção que esse assunto tomou nas redes:

— A gente vive num mundo cão, para alguém me enfiar num carro, me jogar num caixa eletrônico e achar que posso sacar alguma coisa… Isso é muito perigoso. As pessoas estavam ligando para a minha mãe. Nesse momento, pensei: “vou ter que desmentir essa parada”. Achei perigoso. As pessoas são muito doidas.

Depois da morte de Preta, Gominho foi alvo de críticas nas redes e surgiram boatos de que ele teria brigado com a família da cantora e com outros amigos, como Carolina Dieckmann. Ele revela que chegou a pensar em sair do país por conta do ocorrido e conta o que o fez mudar de ideia:

— Vou ser bem sincero, já fui cancelado por muitas coisas, mas achei tudo isso que aconteceu, as pessoas não respeitarem o nosso luto, meu, da Carol, da família, muito cruel. Não estou surpreso porque é o ser humano, não quero generalizar, mas eu sei que o ser humano é assim. Tudo isso me bateu muito ruim. Desde a morte do Paulo Gustavo, tento morar fora do país. Uns dois meses depois da morte dele, eu estava indo para Miami, decidindo tudo, ia recomeçar minha vida, e o Multishow me chamou para fazer o “Música boa” com a Ivete Sangalo. Fui para a Bahia, foi lindo. Todo esse lance me fez pensar de novo em morar fora, em juntar o dinheiro e ir para um lugar onde as pessoas não tenham esse olhar, onde eu não seja uma pessoa pública, onde eu seja só uma pessoa. Mas esses programas com a Marina Sena têm me feito respirar e pensar que amo o meu trabalho. Tem muita gente que não está nessa energia, nessa crueldade toda. Eu fiquei muito mal, achei muito cruel, mas graças a Deus trabalho com o que amo, e isso é uma sorte, uma dádiva, e tem me feito esquecer um pouco esse pensamento. Eu estava falando sobre isso com a Carol (Dieckmann) no aniversário da Bruna (Marquezine). As pessoas vão deduzindo as coisas, tudo vira achismo e elas acreditam no próprio achismo delas. Mas enfim, isso passou.

Eu não tenho mais antipatia nenhuma por ele depois da bonita atitude que ele teve em cuidar da Preta Gil até o fim da vida dela

falando em maldade só lembro de umas amargas aqui do forum insinuando que ele largou o emprego só pelo oportunismo de viver escorado na fortuna da Preta enquanto cuidava dela…