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Antes de começarmos, vale lembrar que Michael Jackson é 13x Grammy winner, tendo sua maior vitória em 1984, quando bateu o record do Grammy levando 8 gramofones para casa, com o seu álbum “Thriller”.
A história de Michael Jackson com o Grammy começa em 1980, após lançar o aclamado “Off The Wall”, que naquela época era o álbum de um artista negro mais vendido de todos os tempos.
“OTW” recebeu indicações apenas nas subcategorias de R&B, não levando nenhuma nas principais.
Michael Jackson ficou extremamente chateado com as indicações, e decidiu convidar a revista “Rolling Stone” para uma entrevista, onde ele iria expor o racismo da academia com artistas negros.
A revista negou o convite.
Das duas indicações que recebeu: Melhor Performance Vocal Masculino, e Melhor gravação de Disco Music.
Michael Jackson levou apenas a primeira, por Don’t Stop ‘Til You Get Enough.
Depois disso, Michael prometeu a si mesmo que ele se tornaria tão grande que as revistas implorariam por ele, além disso, faria um álbum TÃO GRANDE que não teria como a academia ignorá-lo novamente.
Em uma carta, Michael chegou a desabafar, criticando artistas como Elvis e Os Beatles.
Ele declarou:
“Eu não sou um preconceituoso, chegou o momento certo para termos o primeiro rei negro”.
“Meu objetivo é me tornar tão grande, tão poderoso. Me tornar um herói…”
Cumprindo sua lei da atração, em 1983, ele lançava o estrondoso, extraordinário e revolucionário, álbum Thriller”.
Michael Jackson se tornava o maior, e mais aclamado artista do mundo, e “Thriller” se tornava O ÁLBUM MAIS VENDIDO DE TODOS OS TEMPOS (record que detém até hoje).
Na 26° edição do Grammy Awards, Michael Jackson entrava para história da premiação, vencendo categorias como: Álbum do Ano, Gravação do Ano e Produtor do Ano (ao lado de Quincy J.)
Ele tornava o primeiro artista da história a levar OITO gramofones para casa em uma ÚNICA noite.
Este dia é, até hoje, considerado um dos momentos mais marcantes e emblemáticos da história da academia.
Cerca de +50 milhões de pessoas assistiram simultaneamente Michael Jackson quebrar o record da premiação.
Portanto, em 1987, Michael Jackson revolucionava o mundo da música novamente, com o álbum mais hitmaker da história, “Bad”. O álbum que emplacou 5 músicas em #1 no ranking da Billboard Hot100.
Aclamado e bem recebido pela crítica, Michael concorria ao Grammy novamente, desta vez em 4 categorias, incluindo álbum do ano. Onde venceu apenas por melhor engenharia de som.
MJ desabafou: “Eles julgaram a minha aparência, não minha música”
Naquela época, sua pele estava mais clara, todos se questionavam o que estavam acontecendo com Michael Jackson. Por mais que o álbum tivesse sido bem recebido, a mídia o atacava pelo tom da sua pele.
Michael sabia que esse era o motivo de não ter vencido novamente.
A partir daí, após ter sido esnobado pela academia novamente, Michael Jackson sabia que ele era o maior artista do mundo, o rei negro que ele almejava ser.
ELE não precisava deles, mas eles precisavam DELE.
Então, Michael Jackson passou a frequentar outras premiações focadas no público negro, como Soul Train, NAACAP Awards, entre outras, trazendo consigo a popularização dessas premiações.
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Além disso, cumprindo sua promessa, ele passou a dar entrevistas para revistas de público negro, como EBONY e JET.
Michael Jackson sabia do seu tamanho e importância para a indústria, por isso ele passou a ditar as tendências da forma que ele queria, ignorando aqueles que o ignoravam, e trazendo visibilidade para aqueles que representavam o seu verdadeiro público.
Diferente do que muitos pensam, Michael Jackson era um grande ativista, e passou boa parte de sua vida expondo o racismo que sofria por ser o maior artista do mundo, aquele que quebrou os maiores records de artistas brancos.
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Michael Jackson só voltou a pisar no Grammy’s novamente, em 1993, a convite da própria academia, para receber o prêmio “Legend Award”, pelo seu impacto e influência no mundo da música.
Ele recebeu o prêmio pelas mãos da irmã, Janet Jackson:
Então, Michael Jackson só comparecia em premiações que ele sabia que seria premiado, ou respeitado. Se fosse para ser esnobado, ele preferia ficar em casa.
O que Michael quis popularizando essas premiações, na época, não tão conhecidas, era abrir espaços para que outros artistas negros pudessem surgir, sabendo que as grandes premiações não iriam aceitá-los. Michael foi o primeiro artista negro em muitas coisas, e ele queria que outros jovens artistas tivessem oportunidades.
Beyoncé, Rihanna, Jay Z, entre outros, não surgiram diretamente no palco do Grammy’s, eles sugiram se apresentando em premiações que MJ popularizou anos atrás.
Artistas negros não seguem tendências, eles criam e ditam as tendências.
Eles não precisam das premiações, as premiações que precisam deles.