Lana Rhodes trabalhou como assistente de palco de Xuxa entre 1999 e 2002 e mergulhou nas memórias dessa época para as gravações da série documental “Pra sempre Paquitas”, que estreou nesta segunda (16) no Globoplay. Ela conta como foi a experiência.
— Cada uma tem uma história como Paquita. No meu caso, as lembranças são de conquista. Eu era uma menina do interior do Paraná que nunca vislumbraria viver aquela realidade. Sou filha de uma professora e de um estofador, não sou herdeira. Eu me sentia quase como uma Cinderela — diz.
Ela acrescenta que o período não foi marcado apenas por momentos positivos:
— Enfrentei muitas dificuldades para sobreviver a tudo o que aconteceu, inclusive fisicamente. Eu vim para o Rio com minha mãe, não tínhamos muita grana. Hoje, eu tenho consciência de que, para uma pré-adolescente, fui muito explorada no trabalho. Minha filha hoje tem 15 anos e mal lava louça (risos). Eu trabalhava de segunda a segunda, mesmo doente. Eu me colocava a pressão de estar sempre apta para a gravação, para não perder aquela oportunidade.
Após sair do programa, Lana seguiu carreira como atriz, com trabalhos na TV, no cinema e no teatro. Ela faz parte do Coletivo Impermanente, que está em cartaz com o espetáculo “O que o meu corpo nu te conta”, no qual os atores ficam nus em cena e contam histórias reais de suas vidas.
— Antes deste espetáculo, eu já tinha feito a peça “Macunaíma”, com direção de Bia Lessa, em 2019. Eu ficava três horas nua no palco, e era uma coisa mais agressiva, até pela natureza do texto. O espetáculo atual é tão delicado que a nudez não é o que chama mais atenção. Eu sempre fui uma artista que não se preocupou com glamour. O teatro me nutre de algo muito potente. É onde minha artista fica mais entregue — explica ela, que, como diretora, está finalizando o curta “Meio-fio”.
Nos últimos anos, uma situação inusitada acabou trazendo problemas para Lana nas redes sociais: a ascensão de uma atriz de filmes pornográficos americana chamada Lana Rhoades. Com isso, ela passou frequentemente a ser confundida com a xará na web.
— Recebo mensagens bizarras o dia todo. Eu nem abro mais. Às vezes, eu perco até ofertas de trabalho por conta disso. Acontece também de pessoas mandarem mensagens decepcionadas com o meu visual, achando que a outra Lana está acabada. Elas escrevem: “Lana, o que aconteceu com você?”. Imagina, a menina é mais de dez anos mais nova do que eu. Tem que ter muita terapia em dia para não ficar abalada com isso (risos). No início, era algo que realmente me incomodava. Hoje em dia, eu já levo com bom humor.