Itália permite que grupos de “apoio à maternidade” entrem em clínicas de aborto
Objetivo é dissuadir mulheres que buscam interromper gravidez
O Senado italiano deu aprovação final nesta terça-feira (23) a um plano governamental polêmico para permitir que grupos que “apoiam a maternidade” entrem em clínicas de aborto para tentar dissuadir as mulheres de interromperem a gravidez.
O partido Irmãos da Itália, da primeira-ministra Giorgia Meloni, anexou a proposta numa alteração a um projeto de lei sobre o plano de recuperação pós-Covid-19 de Roma, que inclui um capítulo dedicado ao setor da saúde.
Meloni é firmemente antiaborto, mas prometeu durante a sua campanha vitoriosa para as eleições gerais de 2022 que, apesar das suas convicções pessoais, não mudaria a legislação existente sobre o assunto.
O Senado aprovou o projeto de lei que permite grupos antiaborto em clínicas de aconselhamento familiar administradas publicamente por uma votação de 95 a 68 em uma moção de confiança.
O projeto obteve a primeira luz verde na Câmara dos Deputados na semana passada, gerando críticas ferozes entre os partidos da oposição, que o consideraram um ataque ao direito ao aborto em vigor desde 1978.
O partido de Meloni afirma que a nova disposição visa apenas dar às mulheres uma oportunidade de reflexão antes de tomarem uma decisão final sobre a sua gravidez e não afeta os seus direitos.
As clínicas de aconselhamento familiar, que fazem parte do serviço nacional de saúde, oferecem às mulheres apoio e serviços de saúde sexual, gravidez e maternidade, incluindo consultas e receitas médicas.