Japão registra queda recorde de população em 2022, com 800 mil cidadãos a menos

Dono de uma das taxas de fecundidade mais baixas do mundo, o Japão anunciou nesta quarta-feira (26) uma diminuição populacional recorde em 2022. Pela primeira vez, todas as 47 províncias do país registraram queda no número de cidadãos, no maior declínio já registrado desde 1968, primeiro ano da série histórica, de acordo com o Ministério de Assuntos Internos e Comunicações.

Dados do governo apontam que a nação asiática tinha 122,4 milhões de japoneses em 1º de janeiro de 2023, cifra que representa queda de 0,65%, ou 800,5 mil cidadãos a menos, em relação ao ano anterior.

Vários países desenvolvidos lidam com taxas baixas de natalidade e envelhecimento, mas o problema é mais agudo no Japão, onde a população está em declínio há 14 anos. Com a segunda população mais velha do mundo, somente atrás de Mônaco, o país viu o primeiro-ministro Fumio Kishida alertar em janeiro que a nação que lidera estava “no limiar de poder continuar funcionando como uma sociedade”.

No ano passado, o Japão registrou 799.728 nascimentos, pela primeira vez abaixo da marca de 800 mil, de acordo com o Ministério da Saúde. Numa tentativa de conter os problemas relacionados à escassez de mão de obra, o governo japonês passou a flexibilizar nos últimos anos as rígidas leis de imigração locais.

“O declínio no número de crianças e na população é uma questão importante que afeta a sociedade, a economia e o bem-estar do Japão”, disse nesta quarta Hirokazu Matsuno, porta-voz do governo.

Se o número de cidadãos japoneses diminuiu, a cifra de residentes estrangeiros cresceu e está se aproximando de 3 milhões, segundo o governo. O país recebeu 289.498 pessoas em 2022, aumento de 10,7% em relação ao ano anterior. Além de incentivos governamentais, o crescimento também é reflexo do relaxamento das medidas de restrição impostas na pandemia de coronavírus, segundo especialistas.

Ainda assim, a população total do Japão caiu para 125,4 milhões, ou 511 mil habitantes a menos em relação a 2022. O cenário coloca em xeque a capacidade do país de manter o padrão de vida de quem não está mais em idade produtiva. O pico de desenvolvimento de uma nação costuma ocorrer quando a maior fatia de sua população é adulta. Em idade economicamente ativa, essa faixa etária não só tem potencial de produzir mais riquezas como, em geral, gera menos encargos para o Estado.

Ao envelhecer sem ter quem substitua sua força de trabalho, porém, essa mesma população passa a demandar economicamente do Estado —conjuntura que é o destino de todas as nações em desenvolvimento. Dados da ONU indicam que o Japão foi o primeiro país do Leste Asiático a passar por esse processo. Desde 2010, a nação convive com taxas de fecundidade de cerca de 1,3 filho por mulher, embora o índice necessário para garantir o crescimento da população seja de 2,1.

“Para garantir uma força de trabalho estável, o governo promoverá reformas no mercado, maximizando o emprego de mulheres, idosos e outros”, acrescentou Matsuno, sem detalhar o plano.

O governo japonês anunciou no mês passado um aporte de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 127,3 bilhões)para um programa de ajuda a famílias com filhos, medida que vai tentar interromper a queda da natalidade no país. O plano é “aumentar a renda dos jovens e da geração que está na idade de criar crianças”, afirmou o premiê Kishida, em reunião com ministros, especialistas e empresários. A iniciativa gerou críticas ao governo, que ainda não apontou quais seriam as fontes de financiamento.

Em outra frente de políticas públicas para incentivar os casais a terem filhos, o governo anunciou no início do ano a intenção de pagar até 1 milhão de ienes (R$ 38 mil) por criança se eles trocarem a superpopulosa Tóquio por municípios do interior e prefeituras vizinhas. No ano passado, um grupo de think tanks com sede em Tóquio concluiu que o Japão precisa de cerca de quatro vezes mais trabalhadores estrangeiros até 2040 para alcançar as previsões de crescimento econômico do governo.

como assim

gente?

Meu amigo ta fazendo doutorado em Osaka

Ele disse que passa semanas sem ver um bebê na rua

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claro
os preços absurdos desse país… inviável criar um bebê

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se eles concederem cidadania pro meu boy vou repopular com meus mestiços

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imagina ter filho em 2023

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Preços absurdos como se o país vive em deflação?

mas o mundo não precisa mais de gente mesmo

Não vejo como eles vão resolver esse problema, de verdade

Só com imigração, mas eles odeiam imigrantes

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Amo, serão dominados pela imigração e engolirão com farinha

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Trazendo pessoas de fora
Mas as pessoas mais velhas no Japão são muito conservadoras. Não apoiam casamento de japoneses com estrangeiros

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vão ter que abrir pra imigrantes ou deixar de existir

Eles remuneram pessoas pra incentivar elas a terem filhos né? Já li algo sobre isso

Sim, mas nem essa medida está dando certo

O pessoal pagando fortuna pra morar num AP de 20m², quem vai querer ter muitos filhos?

Vão ter que render pra miscigenação e foda-se os velhos conservadores

Mas nem é por causa de preço.
O próprio ser humano não quer mais filhos.

tem todo um contexto social-economico
o custo de vida de la ta mt caro
pra ter filho precisam comprar casa pq japones odeia criança em apartamento pq fazem barulho
a mulher não consegue emprego por causa da misoginia, então é so o pai que sustenta a familia inteira

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