1 a cada 5 imóveis estão desocupados no Centro de SP | Desocupação cresce em toda a cidade

Um de cada cinco imóveis do centro de SP está desocupado, mostra o Censo

Em toda a cidade, 13,5% das unidades estão sem uso; em números absolutos, zona sul lidera

A região central de São Paulo tem a maior proporção de imóveis residenciais desocupados da cidade, segundo dados do Censo 2022 divulgados nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

São 58,7 mil domicílios particulares sem uso, o que equivale a 20,7% do universo de 283,2 mil unidades habitacionais dos dez distritos que compõem a região central da capital paulista. Na prática, um a cada cinco domicílios dessa área está desocupado.

O percentual da vacância imobiliária no centro também é significativamente maior em relação à média geral de 13,5% na cidade —existem 675,8 mil imóveis sem ocupação permanente entre as mais de 4,9 milhões de unidades registradas em toda a cidade.

Embora tenha a maior taxa de desocupação, o centro possui o menor número de residências da cidade. Situação inversa ocorre na zona leste, que concentra o maior número de domicílios e a menor proporção de unidades vazias —12,6% (205,3 mil) dos seus 1,63 milhão domicílios foram considerados vagos pelo IBGE.

Em números absolutos, é a zona sul que lidera o ranking de domicílios sem ocupação permanente, com 209,9 mil das suas 1,61 milhão de unidades desocupadas. Nessa área do município, 13% dos domicílios estão desocupados.

Quando comparados a evolução entre os Censos de 2010 e de 2022, é possível verificar o aumento de imóveis vazios no centro cresceu em relação ao total da capital.

Em 2010, a região possuía 7,5% do total de habitações vazias da cidade. Doze anos depois, essa participação avançou para 8,7%. É um fenômeno que destoa da maior parte das demais regiões.

Somente a zona sul também aumentou significativamente sua participação no total de imóveis desocupados, indo de 29,4% para 31,1% no período.

As regiões que tiveram diminuição foram leste (de 30,7% para 30,4% do total do município), norte (17% para 16,4%) e oeste (15,5% para 13,5%).

Entre os distritos centrais, a República foi o que mais viu o número de imóveis vagos crescer em relação a todas as moradias disponíveis na região. Em 2010, esses domicílios representavam 11,6% de todas as unidades locais. Em 12 anos, essa proporção aumentou para 26,8%. A República tem 11,4 mil imóveis particulares sem ocupantes, segundo o retrato feito pelo IBGE em 2022.

A Consolação vivenciou fenômeno semelhante da República, com sua taxa de desocupação passando de 9% para 23,2%. A região possui 8,3 mil domicílios desocupados.

O terceiro distrito central com maior crescimento da desocupação de imóveis residenciais foi a Bela Vista, passando de 9,8% para 23,5% no período.

Os dados do Censo também mostram que os dez distritos centrais tiveram significativa expansão da oferta de unidades residenciais. Entre 2010 e 2022, o total de imóveis na região central passou de 228 mil para cerca de 283,2 mil, um crescimento de 24%.

Esse aumento na produção habitacional, porém, não resultou em aumento significativo da quantidade de moradores. A população da região central cresceu apenas 0,4% no intervalo de 12 anos, passando de 477,7 mil, em 2010, para 479,6 mil, em 2022. São 1.900 pessoas a mais vivendo na área.

As análises específicas de cada distrito da cidade passaram a ser possíveis porque nesta nova divulgação o IBGE apresentou os dados preliminares dos setores censitários, que são pequenos recortes das cidades onde recenseadores realizaram entrevistas do Censo. Uma divulgação mais detalhada dessas informações ocorrerá no segundo semestre.

Os dados do IBGE mostram que a cidade de São Paulo está distante de alcançar um dos principais objetivos da seu planejamento urbanístico, que é o adensamento populacional do centro. A ideia, materializada nas leis que buscam ordenar o crescimento da capital, é colocar o maior número de moradores nas áreas onde há maior infraestrutura.

Além de evitar a expansão do município para áreas de mananciais e de mata, a compactação economiza dinheiro que seria necessário para levar transporte e outros equipamentos públicos para regiões distantes.

Quanto variou a população do seu distrito entre 2010 e 2022

Resumo
Distrito População 2010 População 2022 Variação (em %)
Barra Funda 14.383 33.436 132,5
Marsilac 8.258 11.443 38,6
Vila Andrade 127.015 168.669 32,80
Brás 29.265 38.750 32,4
Belém 45.057 55.785 23,8
Cambuci 36.948 45.163 22,20
Santo Amaro 71.560 85.349 19,3
Vila Leopoldina 39.485 46.875 18,7
Raposo Tavares 100.164 117.738 17,5
Iguatemi 127.662 149.700 17,3
Parelheiros 131.183 153.695 17,2
Campo Grande 100.713 115.925 15,10
Lapa 65.739 75.533 14,9
Jaraguá 184.818 211.610 14,5
Anhanguera 65.859 75.360 14,4
Vila Sônia 108.441 123.748 14,10
Pedreira 144.317 163.586 13,4
Campo Limpo 211.361 236.162 11,70
Rio Pequeno 118.459 131.631 11,10
Jaguaré 49.863 55.382 11,10
Itaim Bibi 92.570 101.452 9,60
Parque do Carmo 68.258 74.677 9,4
Perus 80.187 87.723 9,4
Ipiranga 106.865 116.271 8,8
Campo Belo 65.752 71.058 8,1
Cidade Lider 126.597 136.660 7,9
Tatuapé 91.672 98.601 7,60
Pirituba 167.931 179.724 7
Mooca 75.724 80.880 6,80
Grajaú 360.787 384.873 6,7
República 56.981 60.720 6,60
Sacomã 247.851 261.436 5,5
Jardim Ângela 295.434 311.432 5,4
Guaianases 103.996 109.316 5,10
São Domingos 84.843 88.884 4,80
Penha 127.820 132.452 3,6
Cangaiba 136.623 141.172 3,30
José Bonifácio 124.122 128.243 3,30
Itaquera 204.871 210.960 3
São Rafael 143.992 148.145 2,90
Limão 80.229 82.373 2,7
Vila Prudente 104.242 105.690 1,40
Carrão 83.281 84.397 1,3
Tucuruvi 98.438 99.559 1,1
Água Rasa 84.963 85.788 1
23.651 23.832 0,8
Capão Redondo 268.729 270.767 0,8
Socorro 37.783 38.051 0,70
São Mateus 155.140 155.682 0,30
Pari 17.299 17.359 0,30
Aricanduva 89.622 89.574 -0,1
Lajeado 164.512 164.391 -0,1
Cachoeirinha 143.523 143.366 -0,1
Pinheiros 65.364 65.145 -0,30
Tremembé 197.258 196.563 -0,4
Jaguara 24.895 24.730 -0,70
Bom Retiro 33.892 33.520 -1,1
Ermelino Matarazzo 113.615 112.333 -1,1
Vila Matilde 104.947 103.558 -1,3
Moema 83.368 81.899 -1,8
Saúde 130.780 128.469 -1,8
Vila Mariana 130.484 127.286 -2,5
Santana 118.797 115.689 -2,6
Vila Formosa 94.799 92.186 -2,80
São Lucas 142.347 138.038 -3
Jardim São Luís 267.871 259.377 -3,2
Vila Guilherme 54.331 52.587 -3,2
Santa Cecília 83.717 80.972 -3,30
Freguesia do Ó 142.327 137.240 -3,6
Mandaqui 107.580 103.665 -3,6
Jabaquara 223.780 214.958 -3,90
Jardim Helena 135.043 129.409 -4,2
Ponte Rasa 93.894 89.881 -4,3
Vila Maria 113.463 108.543 -4,3
Liberdade 69.092 66.056 -4,4
Butantã 54.196 51.715 -4,60
Cursino 109.088 103.171 -5,4
Vila Curuçá 149.053 140.673 -5,60
Vila Jacuí 142.372 134.189 -5,7
Casa Verde 85.624 80.536 -5,9
Sapopemba 284.524 266.715 -6,30
Cidade Ademar 266.681 249.218 -6,5
Morumbi 46.957 43.690 -7
Cidade Dutra 196.360 182.459 -7,10
Consolação 57.365 53.249 -7,2
Jaçanã 94.609 87.329 -7,7
Jardim Paulista 88.692 81.859 -7,7
Perdizes 111.161 102.391 -7,9
Brasilândia 264.918 243.273 -8,20
Cidade Tiradentes 211.501 194.177 -8,20
Itaim Paulista 224.074 205.295 -8,4
Artur Alvim 105.269 95.575 -9,20
Vila Medeiros 129.919 114.939 -11,5
São Miguel 92.081 81.011 -12
Alto de Pinheiros 43.117 37,36 -13,4
Bela Vista 69.460 60.024 -13,60
Total 11.253.503 11.451.999 1,76

Entre essas regras urbanísticas está o PIU (Projeto de Intervenção Urbana) do Setor Central, com uma série de incentivos para que o mercado imobiliário construa unidades habitacionais em alguns dos distritos da região central, como Sé, República, Brás, Belém, Pari, Bom Retiro e Santa Cecília. A expectativa anunciada pela prefeitura é atrair mais de 220 mil novos moradores para a região.

Especialmente voltada ao centro, há na cidade um programa municipal específico para retrofits, como são chamadas as reformas que modernizam edifícios antigos para que fiquem como novos.

O Requalifica Centro prevê isenções de IPTU e desconto de outros impostos nos distritos República e Sé, assim como na cracolândia, como é conhecia a área na qual se concentram usuários de drogas no centro.

Desde a aprovação do Plano Diretor, em 2014, urbanistas avaliam com ceticismo a capacidade desse regramento urbanístico para atrair moradores em larga escala para o centro.

A principal crítica é que a política baseada em fomento ao mercado imobiliário não resulta na produção de habitação para famílias com renda de 1 a 3 salários mínimos, camada da população que concentra o déficit habitacional.

Natália Santos , Clayton Castelani , Augusto Conconi , Nicholas Pretto e Tulio Kruse

@Paulistas todo mundo fugindo para outras cidades da grande SP ou interior

@guilhermeboulos

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lindos imóveis que pertencem apenas a seus donos e mais ninguém

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criminalidade alta, roubo, insegurança, falta de infraestrutura

quem em sã consciência pagaria caro pra morar em um lugar assim?

obvio
aluguel absurdo, especulação imobiliária a toda e uma prefeitura que não garante nem a luz no bairro
fica dificil ficar em são paulo mesmo

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Não, aí a gente acaba com o centro de São Paulo e vamos desmatar mais ainda a Zona Norte da cidade para construir milhares de apartamentos e assim lucrar ainda mais

https://www.itatiaia.com.br/editorias/brasil/2023/11/04/com-11-mil-apartamentos-em-65-predios-mrv-investe-r-2-bilhoes-em-maior-empreendimento-de-sua-historia

Não para de subir prédio nessa cidade

1 curtida

O bizarro é que não para de subir prédio nessa cidade, com apartamentos cada vez menores (nível 20 m quadrados) e aluguel + condomínio altíssimos

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siiiiiiiiim
e caríssimos
será que vem uma megrah bolha pra estourar aí?

Ta virando uma nova york. Apartamentos minúsculos, voltados pra hospedagem de curta duração, enquanto que as pessoas que moram aqui precisam pagar aluguéis cada vez mais caros. Enquanto isso as empresas daqui pararam de trabalhar remoto, forçando todo mundo a se deslocar por essa cidade caótica

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Isso é projeto, o capitalismo vai conseguir deixar todas as grandes cidades inabitáveis pelo povo

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O problema é que a galera que compra esses apartamentos pra especular tem MUITA grana, eles conseguem deixar esses aps parados por anos e anos sem ter o patrimônio prejudicado

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capitalismo brutal feito pra gente apenas consumir e nao viver.
ja vivi num ap bem pequeno e faz muito mal pra cabeça. nao dá pra ficar muito tempo e trabalhar/estudar ead é tortura.

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Não é em SP que o aluguel é caríssimo?

Esses prédios que eles falam que já vendeu não sei quantos % das unidades são todos comprados pelo mesmo grupinho de especuladores, ou fazem de airbnb ou deixam lá parado enquanto aumenta de preço e quem se fode é quem só quer casa própria pra morar

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Prédio no centro desocupado deveria virar moradia popular pra quem trabalha no centro poder morar perto de onde tem os trabalhos, mas quando sai algum prédio novo é prédio de kitnet minúscula custando 1kk

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trilha do topico

Te entendo muito. Também moro num pequeno e comecei a ver uns maiores pra me mudar porque me dá agonia. Mas uns velhos e mal cuidados aqui em pinheiros tão uns 8 mil reais. Sensação é que pagando esses valores de aluguel eu nunca vou juntar dinheiro pra comprar um ap kkk desesperador

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eles precisam ser entregues à gays para cruising ne?