Ludmilla estampa capa da Marie Claire de Abril: 'Aprendi com a vida de artista a fingir'

Ludmilla: ‘Aprendi com a vida de artista a fingir’

No auge da carreira, que completa dez anos em 2024, a cantora carioca vive a plenitude de estar pela primeira vez no comando total de seus negócios e sentir que a vida - pessoal, financeira, amorosa e familiar - vai “muito bem, obrigada”. Incluindo, os planos para a maternidade

Ludmilla está em festa. Nos bastidores do ensaio que acompanha esta entrevista, era perceptível a boa aura ao seu redor, a satisfação com as fotos captadas e o contentamento com a própria imagem. Acontece que tudo isso – esse olhar generoso consigo mesma – não veio de forma rápida, muito menos fácil, e sim de uma construção constante e que lhe exigiu tempo.

“Foi pesada a jornada para conhecer minha própria beleza. Já tive que ler cada comentário a meu respeito que não sei se outra pessoa no meu lugar teria cabeça para continuar sã e feliz”, lembra. “Hoje, tem dias que acordo e sinto que não estou legal. Só que aprendi com a vida de artista a fingir. Então, se sinto que não estou bem, finjo, finjo, até que acabo ficando bem de fato”, ela continua, aos risos. “A verdade é que encontrar a minha beleza tem sido uma evolução diária. Inclusive, às vezes, enxergo algo bonito em coisas que as pessoas não enxergam em mim, mas que está lá, sabe?”

Em entrevista ao podcast Mano a Mano, em novembro de 2021, Ludmilla topou falar da primeira cirurgia plástica que fez. “Foi para começar a ser aceita. Falavam mal do meu nariz, do meu cabelo, do tamanho da minha perna”, explicou na época. Não à toa, em seus primeiros shows, ainda como MC Beyoncé, codinome que usava no início, já tentava driblar o racismo que lhe alcançava. “Comi o pão que o diabo amassou na internet por causa da minha aparência”, conta agora a Marie Claire.

A verdade é que encontrar a minha beleza tem sido uma evolução diária. Inclusive, às vezes, enxergo algo bonito em coisas que as pessoas não enxergam em mim, mas que está lá, sabe?”

— Ludmilla

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

No sensível processo de se aceitar, ela entende que não está sozinha – e credita seu potencial de superação à sua base familiar – sobretudo à mãe, Silvana Oliveira, e à mulher, Brunna Gonçalves, que a ajudam a enfrentar “as porradas da vida”. “A coragem que vem de mim só podia ser de uma mulher preta. Sou corajosa por ter vontade de realizar algo e não ter medo, de ir e fazer de fato, e também por falar sobre o que falo nas minhas músicas”, analisa.

Se a autoconfiança fez com que Ludmilla entendesse a dimensão da mulher que é e da beleza que tem, também foi fundamental para pavimentar a carreira de uma década que hoje experimenta do topo. Aliás, ela diz que vive algo totalmente diferente do que tinha imaginado sobre ser cantora, quando, no palco do Esquenta, extinto programa da TV Globo comandado por Regina Casé, em 2013, deixou de ser MC Beyoncé e foi rebatizada com o próprio nome.

“Quando pedi a Deus para ser cantora, eu só queria que as pessoas conhecessem a minha música. Imaginava a galera cantando nos shows, mas não sabia e esperava algo tão grande. Não queria ser famosa, não tinha a ver com isso. Mas senti que estava crescendo quando, ainda morando em Caxias [Duque de Caxias, município no Rio de Janeiro], no shopping que frequentava e onde gastei meus primeiros cachês na praça de alimentação com meus amigos, vi juntar uma multidão pra me ver e pedir foto.”

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

“Tão grande” significa ficar cara a cara e ouvir que já era conhecida por sua maior ídola, a Beyoncé, durante uma aparição surpresa em dezembro do ano passado em Salvador. Significa vencer o Grammy Latino por Numanice #2, escolhido como o Melhor Álbum de Samba/Pagode de 2022. Significa com Numanice #3, que estreou em fevereiro deste ano, alcançar mais de 5 milhões de streams em menos de 24 horas apenas no Spotify, levando o álbum à primeira posição na parada Top Albums Debut Global. E ainda significa fazer o hit “Maliciosa” alcançar o Top 10 do Spotify, sendo a primeira música de pagode cantada por uma mulher a atingir a posição.

Do funk ao pagode, Ludmilla se firma como uma das artistas mais versáteis da atualidade. Como se não bastasse, em 2023, foi agraciada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro com a Medalha de Mérito Pedro Ernesto pela campanha que fez no HemoRio. Em três dias, foram mais de 2 mil bolsas de sangue arrecadadas. Já no Carnaval, bateu recorde ao pôr 1,2 milhão de pessoas na rua, no Rio de Janeiro, com seu megabloco, o Fervo da Lud.

“Me considero abençoada com o dom da música”, diz, ao lembrar dos seus feitos. E ela segue colhendo mais. Neste mês, estará no palco principal do Coachella, na Califórnia, nos Estados Unidos, e ainda se prepara para uma turnê de 19 datas que passará pelas principais arenas do Brasil com abertura em 25 de maio, no Rio de Janeiro. Tudo isso sob o comando de sua própria gestão, depois de romper com a Warner, gravadora que a acompanhava desde os tempos de MC Beyoncé, em dezembro de 2023.

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

“Essa vontade já estava no meu coração há muito tempo. Quando você vai crescendo e entendendo aonde quer chegar e o que você quer, não é qualquer coisa que te agrada. Percebi que só iria conseguir atingir meus objetivos se estivesse no controle. E também por merecimento. Os fonogramas devem ser meus, as músicas são minhas. Queria ditar as regras do jogo”, entrega Ludmilla.

Estar segura e feliz da sua decisão não faz com que ela não seja atingida por comentários sobre suas escolhas. “Sei que as reclamações são para o nosso bem, mas é chato ficar lendo algumas coisas. Pois, às vezes, os fãs não entendem, não sabem como a banda toca desse lado”, desabafa.

Ao anunciar seu último lançamento, o single “Piña Colada”, parceria com o colombiano Ryan Castro, recebeu críticas sobre a estratégia e respondeu com ironia: “Anotando tudo”. “Ler comentários chatos ou ser atacada por nada” também não era algo que Ludmilla imaginava antes de ter a carreira consolidada. “Tô aqui de boa e, do nada, alguém me xinga. Mas depois tem muita gente me amando por conta das minhas músicas. De dez anos pra cá, foi uma virada de vida”, celebra.

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

A Ludmilla In The House Tour marca, inclusive, um novo nível de investimento em sua carreira. Seus últimos grandes shows, no Lollapalooza, The Town e Rock in Rio – que na edição de 40 anos ela se apresenta de novo, mas agora no palco Mundo –, tiveram cifras altíssimas no valor final da apresentação. “Não gosto de fazer algo meia boca, então vai ser milionário. E, agora que sou dona da minha própria carreira, vejo pra onde meu dinheiro está indo e o que vale a pena. Só para o Coachella foram R$ 6 milhões.”

Cantando apenas em português, vai mostrar “como que se faz no Brasil para os gringos”. “Não estava focada no mercado internacional, então quando me chamaram para o Coachella foi um choque. Ouvir um ‘queremos a Ludmilla no palco principal’ me fez pular de alegria. Mas já era de esperar. Meus shows de festivais foram grandes e as pessoas de fora ficam de olho. Nunca nem fui ao Coachella para assistir, e primeira vez que vou já será assim”, comemora.

Seus cachês ainda promovem a confraternização entre as pessoas que ela gosta. Mas agora vai além de lanches no shopping. “Gosto de ver a minha família bem. Não meço esforços, então eu gasto mesmo. Eu compro casa para a minha família, gosto de viajar, gosto de comer bem, gosto de usar joias, roupas de grife e gosto de dar presentes para a minha gatinha. Enfim, gosto de viver bem.”

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

“A vida tá gostosa e eu também”

Quem acompanha Ludmilla nas redes sociais entende a plenitude do seu momento. A frase acima, publicada durante suas últimas férias em fevereiro, na ilha de St. Barths, no Caribe, reflete a energia que está vivendo: shows lotados, recordes, prêmios, novos projetos e maternidade a caminho – Brunna vai gerar a primeira criança do casal com óvulos da cantora.

É ao lado da companheira que ela consegue ser mais vulnerável, trocar confidências e mudar de ideia sobre si mesma. “Por exemplo, eu nunca sonhei em casar ou ter filhos, depois que conheci a Bru, tudo mudou.” O casal, que comemora sete anos de relacionamento no próximo mês, se prepara para o primeiro filho. “A gente tá no início de tudo. Estamos na fase dos exames. Mas estamos ansiosas. Vai ser o óvulo dela, com o doador. Vai fecundar esse óvulo e colocar o embrião em mim”, contou Brunna em entrevista ao Fantástico em dezembro do ano passado. “Foi uma decisão natural e unânime pra gente”, completa Ludmilla.

+ Ludmilla no Caribe: saiba quanto cantora desembolsou para passar temporada de férias em St. Barth

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Ludmilla — Foto: Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)

Entrevista Priscilla Geremias
Fotos Bruna Castanheira (GrouPart Mgt)
Direção Criativa Hugo Tex ( No Title.)
Direção de moda Larissa Lucchese
Beleza maquiagem Laurão (Mbgs.cc)
Beleza cabelo Vitor Barreto
Produção executiva Vandeca Zimmermann
Produção de moda: Leila Pigatto, Marco Antonio/ Assistente de styling: Bruna Cidade/
Assistentes de beleza: Tom Souza, Thiago Menezes/ Produtora set design: Gabriella Travassos/ Assistente set design: Matheus Santos/ Camareira: Salvadora do Nascimento/ Assistentes de fotografia: Bia Garbieri, Marcio Marcolino, Ruan Conceição , Tratamento de imagem: Telha Retouch

10 curtidas

LINDAAAAAAAA @Ludmillers

tÁ LINDA

A mulher tá um luxoooooooo

Ela tá um luxo

Lindíssima

Muito bela

lindas as fotos

https://twitter.com/SquadBrumilla/status/1773697138028949654?t=eNbvJc2XWZtpr8T2NgaXXA&s=19

1 curtida

o Coachella forçando ela a ligar pra fora do BR já que pelo visto ela mesmo não faria isso kkkkk pois muito bem, divos

o star quality da gata cada dia maior. nois ama

como assim?

“Não estava focada no mercado internacional, então quando me chamaram para o Coachella foi um choque.”

Com o festival chamando ela pro palco principal naturalmente esse pensamento mudou, Pina Colada é um exemplo.

ela tá no auge da beleza e até carreira tbm
sinto uma fluidez ao redor(nao é tipo aos trancos e barrancos), tanto na vida pessoal quanto profissional

Ela tá linda, a maquiagem finalmente certa no contorno!

pitica, amo demais :heart:

6 milhões no show do Coachella @Ludmillers

2 curtidas

Vai ser lindo!

a carinha de 40

que lindaaaa

o ensaio chiquérrimo