Moody’s eleva nota de crédito da Argentina em dois degraus e altera perspectiva para ‘estável’
Rating soberano do país subiu de ‘Caa3’ para ‘Caa1’. Ainda assim, a classificação permanece na categoria de alto risco de inadimplência — o que tende a afastar investidores.
A agência de classificação de risco Moody’s elevou nesta quinta-feira (17) a nota de crédito da Argentina de “Caa3” para “Caa1”, um avanço de dois degraus. Ainda assim, o país permanece na categoria de risco alto de inadimplência — o que tende a afastar investidores. (veja mais abaixo)
A perspectiva da nota também foi alterada pela agência: passou de “positiva” para “estável”. Isso indica que serão necessários dados econômicos mais favoráveis para que haja uma nova melhora na classificação de crédito do país.
“A elevação reflete nossa visão de que a ampla liberalização do câmbio e (em menor grau) dos controles de capitais, junto com um novo programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI), apoiam a disponibilidade de moeda forte (dólar) e reduzem a pressão sobre as finanças externas”, afirmou a Moody’s em comunicado. “Isso reduz a probabilidade de um evento de crédito.”
A perspectiva estável, acrescentou a agência, reflete o cenário de equilíbrio entre os avanços positivos e os desafios de crédito que persistem no país.
A Moody’s aponta que o país ainda não conseguiu organizar bem suas contas externas e que as condições do comércio internacional não estão favoráveis, o que pode reduzir o superávit comercial — ou seja, fazer com que a Argentina exporte menos e acumule menos reservas em moeda estrangeira.
Em 2020, a agência rebaixou a classificação de crédito do país, após as negociações para reestruturação da dívida serem interrompidas por conta da pandemia, aumentando o risco de calote.
Já em janeiro deste ano, a Moody’s elevou a nota argentina para “Caa3” — o primeiro upgrade para a segunda maior economia da América do Sul em mais de cinco anos.