Todo mundo tem um palpite sobre quem matou Odete Roitman (Débora Bloch) na nova versão de Vale Tudo, escrita por Manuela Dias. O ângulo do tiro, os motivos do assassino, e até a hipótese de que a vilã esteja viva, tudo entra na roda. Mas o verdadeiro desafio é encontrar alguma lógica na história. Desde o começo, o remake vem apostando em tramas desconexas, que tornam qualquer conclusão praticamente impossível.
Manuela, na tentativa de transformar Vale Tudo num híbrido entre novela e série, misturando o drama dos folhetins com as reviravoltas típicas das produções seriadas, não hesita em alterar perfis de personagens nem em abordar temas com tamanha superficialidade que mal resistem a dois capítulos.
Dois exemplos claros são o problema de burnout de Renato Filipelli (João Vicente de Castro) e Olavo (Ricardo Teodoro), parceiro de César (Cauã Reymond), que além de fotógrafo, virou um sniper com passagem até pelo Exército Brasileiro.
Vale Tudo: Lady Gaga e Jorge Ben
Partindo desse princípio, até Lady Gaga, que se hospedou no começo do ano no Copacabana Palace, e Jorge Ben Jor, que mora no hotel, podem muito bem entrar na roda como possíveis suspeitos nesse enredo que se desfaz a cada capítulo.
Porque, convenhamos, se até o fotógrafo virou sniper, por que não transformar o lobby do Copacabana Palace num elenco de apoio?
Aliás, do jeito que a trama anda, não seria surpresa se o mordomo Eugênio (Luis Salem) revelasse ser agente da CIA, que Thiago (Pedro Waddington) sumiu vários capítulos para ter um chip implantado pela NASA, e, no fim, o pianista do bar do Copa fosse o verdadeiro mandante do crime. Porque lógica, aqui, é só mais um personagem que já saiu de cena faz tempo.