Uma colossal Lady Gaga se entrega aos seus fãs no Estádio GNP
Cidade do México. Stefani Joanne Angelina Germanotta, que milhões conhecem como Lady Gaga, voltou com seus Monstros; ou seja, os Pequenos Monstros, como seus seguidores se chamam.
Ele voltou às terras mexicanas para mostrar suas histórias de teatralidade musical que ao longo dos anos foram essência inspiradora para muitos, muitos e muitos.
Se o espírito de abusar da linguagem inclusiva, Gaga tem sido o estandarte de uma comunidade não binária, LGBT+ com sentimentos e a ideologia de que o eclético pode ser bonito e brilhante; ou seja, romantizar o bizarro.
No Estádio GNP Seguros - no primeiro de dois shows - entregou sua substância com a qual criou sua quimera detonadora de uma multidão de adeptos que fizeram da loja um monstro.
Lady Gaga agradeceu aos mexicanos e leu em espanhol: “Eu os amo, meus monstros. Este país é muito importante. Estou feliz por voltar depois de 13 anos… Eu os amo”, disse diante da bandeira mexicana.
Gaga tem sido quem deseja desde que começou a estudar piano aos quatro anos. Ou pelo menos é o que mostrou ao longo dos anos esta cantora, compositora, atriz, produtora, ativista, mulher do show business, que desde seus primeiros anos de vida foi uma figura a ser seguida por uma geração que reverencia tanto suas peças musicais quanto cada uma de suas performances, como a de ontem à noite, quando deixou sua essência louca e profunda, que foi capturada por 62 mil 100 de seus belos golems que a emularam até na forma de respirar.
Seus fãs se mostraram os mais barulhentos, pois entoaram cada estrofe, frase ou gesto que a criativa nova-iorquina propôs.
Eles elogiaram cada uma de suas palavras paradas canções e elevaram a energia do recinto de Iztacalco a um plano quase superior. A garra do monstro, feita à mão como símbolo de poder, foi levantada com paixão.
Gaga, personagem da cultura popular mundial além da música, ofereceu sua teatralidade sonora feita de um equilíbrio de bizarridade e sentimentalismo.
O conjunto coral de milhares de vozes se juntou à detonação da origem de Manhhatan para explodir em um caos ou alvoroço, como se poderia traduzir do inglês para o espanhol a palavra Mayhem, como intitulou seu oitavo álbum, que promove como antecedente de uma nova turnê.
Com uma parafernália histriônica, um grande teatro foi seu contexto. Neste havia dançarinos e músicos e ela encabeçando a cerimônia que começou com uma introdução. E se ouviram Bloody Mary, Abracadabra, Judas, Scheiße, Garden of Eden, Poker face (hit de sua estreia The Fame).
Também ofereceu Perfect celebrity, Disease, Paparazzi, Alejandro, The Beast, Killah, Zombieboy, Die with a smile e How Bad do you Want me, com os quais se sentou ao piano.
Gaga, intensa e com mudanças de figurino, não parou como um dínamo. Seus seguidores gritantes fizeram o mesmo. Eles o seguiram com Shadow of a man, Born this way, Shallow, Vanish into you e fecharam com Bad romance.
E a energia como um sampler emanou o aroma da histeria geral que só ela pode gerar, um sinal de se conderar diante de quem acabou de definir sua personalidade: seus seguidores e sua substância, com uma vibe (palavra de gíria juvenil para dizer que alguém tem onda) indecifrável.