O globo crítica onda de hate do Twitter e alfineta The town

Marina Sena enfrenta o ódio desde o início da carreira, mas não se dobra

Cantora já precisou lidar com ondas de ataques antes de show em homenagem a Gal Costa no The Town, no último fim de semana

Por

Eduardo Vanini

12/09/2023 11h40 Atualizado há 2 horas


Quando decidimos fazer uma capa da Revista Ela com Marina Sena no começo do ano passado, a cantora, então com 25 anos, começava a mordiscar o sucesso. A primeira parte da entrevista se deu às vésperas do seu primeiro show solo no Rio, cujo fervor da plateia impressionou até a própria mãe. “Era como se que quisessem comê-la com os olhos”, observou dona Bete, dias depois da apresentação, por telefone.

Para o bem e para o mal. Enquanto a jovem mineira ainda saboreava as tais mordiscadas, surgiu uma inesperada indigestão. Naqueles mesmos dias ela havia deixado o Prêmio Multishow como a artista mais premiada da noite, recebendo três troféus — incluindo o de revelação —, o que despertou a ira de um monte de gente. A onda de ódio foi tamanha, que chegaram a derrubar a conta dela no Instagram. “Eu chorava e dizia: ‘Gente, eu só queria ser artista.’ Queria que as problemáticas se dessem apenas no nível da arte, e não em coisas ridículas de internet”, comentou Marina, na ocasião.

É por isso que eu senti uma alegria tremenda ao vê-la homenageando Gal Costa no The Town, no último fim de semana. Não sou crítico de música nem profundo entendedor dessa arte, mas senti vontade de escrever este texto porque, de alguma forma, a maneira como Marina conduz a carreira me comove um bocado.

Falo de uma artista que ama o que faz e, aparentemente, não mede esforços em se aprimorar a cada dia. Desde a entrevista do ano passado, começou a fazer aulas de dança, montou um balé e passou a se apresentar, a cada show, com mais presença e consciência corporal. A voz também melhora a cada apresentação, e considero particularmente entusiasmante observar a evolução de uma artista dessa maneira. Sobretudo, quando se trata de alguém que faz isso sob o vento de um insistente coro que parece berrar: “Desista!”.

Ela não só ignora os uivos raivosos, como se joga em desafios cada vez maiores. É claro que haverá erros e acertos. Mas, se alguém não consegue ver beleza nisso ou simplesmente desligar a TV durante a apresentação de um artista que não lhe agrada, talvez o desconforto esteja em outro aspecto da existência dessa pessoa. Certamente, não está na cantora que chegou àquele palco, como a própria fez questão de dizer, sem ter recorrido a sobrenome, influência ou dinheiro.

E é por isso que senti uma alegria genuína ao vê-la agarrando com unhas e dentes uma homenagem à “maior cantora do mundo”. Marina estava à flor da pele, não escondeu o nervosismo, mas cantou com beleza, correu pelo palco com a leveza de quem está consciente de seus poderes (os cabelos estavam soltos por sugestão da própria Gal).

Ela também deixou claro que não tinha qualquer pretensão em ocupar o lugar que é só da cantora baiana ou estabelecer qualquer comparação com a mesma, com quem chegou a gravar. As pessoas, contudo, parecem não só ignorar os significados de respeito e empatia como da própria palavra homenagem.

E aí vem aquele medo do novo, citado com maestria por Mauro Ferreira em seu blog no G1 e cuja leitura me fez querer escrever esse texto. Lembrou-me de um conhecido meio decrépito dizendo que a Fernanda Takai jamais seria a Nara Leão, enquanto eu ouvia o premiado “Onde brilhem os olhos seus”, gravado pela vocalista do Pato Fu, lá no anos 2000.

Não me refiro aqui aos críticos de música que indicaram problemas na apresentação de Marina ou até mesmo aos fãs de Gal Costa que não gostaram do resultado e expuseram sua insatisfação. Afinal, a crítica é parte importante do processo construtivo de um artista. O que me causa angustia é a nova onda de ódio, deboches e memes que inundaram as redes em mais uma tentativa de rebaixar o trabalho da jovem cantora.

Lembremos, afinal, que falamos de um evento que se chama “The Town”, cujos organizadores já chegaram a dizer que “política não se faz em festival”, enquanto nossa democracia estava sob fortes ameaças. Definitivamente, não era Marina Sena o problema ali.

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resume

resumo: chororo de gente que não aguenta crítica

Imagina se taylor, beyonce, gaga ficassem reagindo e se mordendo quando criticam elas no twitter

Coisa de sub mesmo

3 curtidas

Falou que as pessoas perderam o tom quando vão criticar alguma coisa e humilham os outros como forma de opinião, disfarçando como meme…. Tbm disse que o problema real é o evento com nome inglês e que proibiu política quando estávamos sobre o governo do inominável

Elas nem usam essa rede social justamente por isso, só tem gente fracassada no Twitter despejando suas próprias fustracoes, a Gaga sumiu de lá por conta disso mesmo

eu sou foda, o @anon67007216 é foda, o @kkura é foda, o @salem é foda, o @muad é foda, isso independente da opinião de vocês!

ok luisa sonza

a sociedade tem medo de mulheres fodas

Old! Stream duna on hbo max

vamo galera, mulheres
GRL PWR, PORRA

Fadinha

  1. Ninguém parecia muito incomodado quando outros artistas recebiam hates desproporcionais no Twitter num passado nem tão distante.

  2. Os artistas que reclamam hoje já despejaram hate contra outros cantores no passado. Tem Tweet da Pabllo falando mal da Claudia Leitte, por exemplo (algo como “plagiando a Beyoncé “… Né?!).

  3. De fato, hate de Twitter é um tipo de amargurado que precisa odiar alguém pra se sentir melhor. Eles reclamam de qualquer coisa que eles não conseguem comprar, ir, viver, fazer… Não são exatamente modelos pra nada, salvo se você procura um modelo de fracasso.

  4. Acho o povo incoerente. Falam de saúde mental, mas só pra alguns. Então, nesse mar de hipocrisia, não me importo com quem se afogue.