O que são opioides? Entenda se a crise que mata mais de 200 pessoas por dia nos EUA pode chegar ao Brasil

:red_circle: O que são opioides?

O ópio, uma droga proveniente da flor da papoula, chegou a ser motivo de guerra entre países da Europa e da Ásia no século XIX, justamente por gerar dependência química e consequente lucro para o tráfico.

Existem os seguintes tipos, que podem ser ingeridos por comprimidos (via oral) ou por injeções:

  • os opiáceos naturais, que não sofrem modificações, como a morfina e a codeína;
  • os semi-sintéticos, que passam por modificações parciais na composição (heroína);
  • e os totalmente sintéticos, fabricados em laboratório para terem ação semelhante ao ópio (metadona).

As propriedades analgésicas desses medicamentos poupam pacientes na UTI, por exemplo, de sentirem fortes dores. “Quando a gente utiliza da maneira correta, são medicações seguras”, afirma Pellegrino, do Sírio Libanês.

Já a pessoa que ingere opioides de forma recreativa ou sem orientação médica, buscando a sensação de bem-estar trazida pela droga, corre um risco alto de desenvolver dependência (leia mais abaixo).

:red_circle: Em que casos eles provocam dependência e vício?

A orientação médica é essencial para evitar que o paciente se vicie no remédio. Só o especialista poderá dizer a dose correta e o período de administração do medicamento.

Nos hospitais, o ideal é que o profissional, antes de prescrever um opioide, avalie se aquele indivíduo tem um perfil de risco, como um histórico de abuso de substâncias ilícitas ou de álcool.

Tomar os remédios por períodos prolongados também aumenta o perigo. Por isso, na estratégia médica mais “moderna”, usa-se a analgesia multimodal, explica Pellegrino.

“Administramos não só o opioide, mas também a dipirona e o paracetamol, por exemplo. Quando fazemos essas combinações, conseguimos usar o opioide em menores doses”, diz a médica do Sírio-Libanês.

:red_circle: Quais os efeitos colaterais?

Para os pacientes que realmente precisam de opioides por tempo prolongado, como os que têm câncer, os efeitos colaterais costumam desaparecer com o passar do tempo (coceira e náusea, por exemplo). O que persiste, em geral, é a obstipação (dificuldade para evacuar) — nesses casos, é usado laxante para contrabalancear o efeito.

:red_circle: O que causou a crise nos Estados Unidos?

Segundo os pesquisadores Francisco Inácio Bastos (Fiocruz) e Noa Krawczyk (Universidade de Nova York), em artigo científico publicado na revista científica “The Lancet”, a crise dos opiáceos começou nos EUA pelos seguintes motivos:

  • o marketing pesado da indústria farmacêutica, que vendia a falsa informação de que não há risco de dependência;
  • a prescrição excessiva desses medicamentos;
  • o desvio de opioides de “fontes médicas”, como hospitais;
  • o crescimento dos mercados ilícitos de heroína e fentanil, impulsionados pelas altas taxas de dependência e demanda da população americana.

:red_circle: Quais as diferenças em relação ao Brasil?

Segundo o estudo do “The Lancet”:

  • :moneybag: O poder de compra dos brasileiros é insignificante em comparação ao dos americanos, inclusive no mercado de drogas. A cocaína acaba sendo uma opção mais barata do que os opioides.
  • :earth_americas: O Brasil não está (ao menos por enquanto) nas rotas de tráfico de opioides vindas do México, da América Central e de outros países da América do Sul. Nossa posição é historicamente importante para o mercado de cocaína.
  • :woman: Os perfis são diferentes: em 2015, as pesquisas mostraram que, aqui no Brasil, as mulheres eram mais propensas a usar opioides de forma não médica do que os homens. O oposto acontece nos Estados Unidos.

“Sempre há riscos de que as coisas piorem em termos de prescrição excessiva de opioides, por isso, o controle médico e a vigilância são importantes para prevenir o uso indevido e generalizado”, afirma Krawczyc, da Universidade de Nova York.

“Também é preciso ter infraestrutura para tratar os dependentes desses medicamentos, como a disponibilidade de naloxona nos hospitais [droga usada na emergência para casos de superdose ou intoxicação por opioides].”

A Anvisa afirma que o fentanil está na lista do Ministério da Saúde de substâncias entorpecentes e precisa ser sempre guardada sob chave, em local exclusivo, com todas as atividades de movimentação registradas. E é a própria agência que autoriza importações e estabelece previamente as quantidades permitidas.

:arrow_right: Outros cuidados necessários, segundo os especialistas ouvidos pelo g1, são:

  • investir em vigilância;
  • monitorar os dados de uso de drogas no país;
  • fazer análises toxicológicas nas apreensões de drogas, para detectar fentanil.

“Nós temos muitos problemas na sociedade que podem aumentar o risco de uso de drogas: como pobreza, desigualdade, dores crônicas e falta de saúde mental. Aqui nos EUA, ainda há uma indústria farmacêutica que se beneficia dessa demanda de opioides”, diz Krawczyc. “Os americanos e os brasileiros estão falhando [na política de combate às drogas] ao priorizar as punições, e não os investimentos em saúde pública.”

Tem uma série da Netflix que fala sobre o início da epidemia de opióides nos CUSA, se chama ‘Império da Dor’.
Achei bem interessante.

Que opioduda

Morfina, heroina

Pior q alguns estudos mostram q a gente toma menos opiode doq deveria pq mtos médicos acabam receitando outras alternativas pra dor

Te uma seria no Star+ que conta um pouco sobre o começo da epidemia, se chama Dopesick.

É aquele que eles tem um apagão acordado ainda?

Codeína aqui já tem na forma de lean

lean com xanax
delicia

Deve ser mesmo

pior que lá nos EUA tem toda uma influencia da industria farmaceutica que lucra com essa crise, é podridão demais

Aqui é ao contrário
Você pode estar sentindo dor extrema e os opióides são negados, te enfiam dipirona
Tem até relato de pacientes oncológicos tendo acesso aos opóides recusados.

Aqui no Brasil o surto tá sendo os remédios tipo Zolpidem, que ocupou o espaço do Clonazepam que tbm tinha uso glamourizado…

opiairia?

codeína rainha, única coisa que aliviou minha dor quando estava com um dente quebrado.