(fonte: O vale da estranheza #anos90 #robotica #expressopolar #robos #ciencia ... | TikTok)
Em 2004, foi lançado o filme “Expresso Polar”, um clássico de natal. O filme possui roteiro e personagens afetuosos, para te deixar no clima natalino, mas ao mesmo tempo, algo muito estranho.
Muitas pessoas assistiram o filme inteiro com uma sensação desconfortável, só que muitas delas sem saber exatamente o porquê. E não foram apenas crianças, adultos até hoje, ao assistirem esse filme, provavelmente irão sentir desconforto. Mas existe uma razão por trás desse desconforto.
Se vocês observarem o modo como as personagens se movem, perceberão que elas se parecem humanas, mas não exatamente humanas. Mas isso acontece com quase todas as animações, certo? Então por qual motivo as pessoas se sentem tão desconfortáveis, estranhas e incomodadas assistindo a esse filme?
O problema não é o filme ser uma animação, e sim ser uma animação muito realista, mas não realista o suficiente. Essa discussão existe desde a decada de 1970s quando um professor de robótica chamado Mazzahiro Moon publicou um artigo. Ele analisou a reação das pessoas em relação aos robôs e ele chegou em uma conclusão bastante inusitada:
- Quanto mais uma coisa se parece com um humano, maia afinidade temos com essa coisa, mas até certo ponto.
- Se a coisa quase se parece com um ser humano, e o quase é extremamente importante, a afinidade diminui, a um ponto de virar uma espécie de aversão aquela coisa.
- Se a coisa passar desse ponto e ser exatamente igual a um ser humano, a afinidade que nós temos com elas começam a subir novamente, e de forma muito rápida.
E uma forma interessante de visualizar isso é olhar para esse gráfico. Um robô industrial possui zero afinidade com um ser humano, a nossa reação quando vemos um é praticamente de indiferença. Isso coloca o robô industrial praticamente no zero do gráfico.
Porém, quando você coloca algumas características humanas nesse robôs, por exemplo, aqueles robôs que possuem braço e perna e até dançam, você começa a criar um certo tipo de carinho. Muitas pessoas sentiram isso com o vídeo dos funcionários da Boston Dynamics chutando um robô com as características acima.
Agora quando nós nos aproximamos ainda mais de caraterísticas humanas, mas muito importante: não de forma perfeita, nós começamos a achar estranho, e até mesmo sentir desconforto, ou aversão, medo, e casos mais estranhos, nojo e intenso temor. Mas quando se torna perfeitamente parecido com um humano, a nossa afinidade volta normalmente.
Agora o que irá te deixar acordado de noite é: Se o vale da estranheza for realmente algo, nós tivemos que o desenvolver biologicamente ao longo da nossa evolução, isso talvez queira dizer que em algum momento da nossa história, tivemos que conviver com coisas que se pareciam humanas, mas que não eram?