A jornalista ganhou notoriedade em 2016 quando denunciou pelas redes sociais que teria sido estuprada pelo pastor e deputado Marco Feliciano.
A Justiça dos Estados Unidos está procurando uma brasileira foragida acusada de se passar falsamente por uma advogada de imigração e de fraudar seus clientes em aproximadamente US$ 700 mil (cerca de R$ 3,4 milhões). A jornalista Patricia de Oliveira Souza Lelis Bolin, 29 anos, é moradora de Arlington, no Texas, e pode ficar presa por até 20 anos pelo cometimento de crimes federais.
Patrícia Lélis ganhou notoriedade em 2016 quando denunciou pelas redes sociais que teria sido estuprada pelo pastor e deputado Marco Feliciano (PL). Entre outros crimes, a Justiça norte-americana também acusa a brasileira de ter falsificado formulários de imigração dos EUA, forjado múltiplas assinaturas e criado recibos falsos.
De acordo com a acusação, Patrícia se passou por uma advogada de imigração capaz de ajudar clientes estrangeiros a obter vistos E-2 e EB-5 para os Estados Unidos. O programa EB-5 proporciona residência permanente legal e possível cidadania, se um cidadão estrangeiro investir fundos substanciais – normalmente, um mínimo de 1 milhão de dólares – em empresas qualificadas que criam empregos nos Estados Unidos.
Em setembro de 2021, Patrícia teria enviado um acordo de retenção legal a uma vítima para obter ajuda na obtenção de vistos EB-5 para os pais dela. A vítima fez dois pagamentos iniciais totalizando mais de US$ 135.000. Segundo a brasileira, o dinheiro iria para um projeto de desenvolvimento imobiliário no Texas que se qualificava para o programa EB-5.
Apesar disso, na realidade, o dinheiro teria ido para a conta bancária pessoal de Patrícia. Em vez de investir o dinheiro conforme prometido, a mulher supostamente usou os recursos para pagar a entrada de sua casa em Arlington, reformas e outras despesas pessoais, como dívidas de cartão de crédito, segundo a Justiça dos EUA.
A brasileira ainda é acusada de atuar ativamente para encobrir o esquema e obter mais dinheiro. Para dar um caráter real à operação fraudulenta, Patrícia teria inventado o número do processo que estaria correndo na Justiça. A mulher ainda teria convencido amigos a se passarem por funcionários do fundo de investimento do Texas — que nunca existiu — em ligações e videochamadas com uma das vítimas. Quando a vítima se recusou a enviar mais dinheiro, Patrícia teria ameaçado os pais dela.
Formalmente, a brasileira é acusada de fraude eletrônica, transações monetárias ilegais e roubo de identidade agravado. Ela pode pegar uma pena máxima de 20 anos de prisão se for condenada por envolvimento em fraude eletrônica, um máximo de 10 anos se for condenada por transações monetárias ilegais e um mínimo obrigatório de dois anos adicionais de prisão se for condenada por roubo de identidade agravado.