Por que Guerreiros do Sol é a melhor novela já lançada pelo streaming no Brasil

Guerreiros do Sol é a melhor entre as novelas originais já lançadas pelas plataformas de streaming no Brasil – o que inclui títulos do próprio Globoplay e também da HBO Max e da Netflix. A trama estreou em junho e tem cinco capítulos divulgados semanalmente, com previsão de término em agosto; novos episódios chegam à plataforma nesta quarta-feira (23).

Ambientada no sertão entre as décadas de 1920 e 1930, a história de Rosa (Isadora Cruz) e Josué (Thomás Aquino), marcada por paixões, vinganças e sangue derramado, é livremente inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita e de outros cangaceiros que cruzaram o Nordeste brasileiro.

Rosa se casa com o Coronel Elói (José de Abreu), um dos principais inimigos de Josué. Paralelamente, o rapaz é orientado pelo famigerado Miguel Ignácio (Alexandre Nero) a ingressar no cangaço e entra em conflito com um dos irmãos, Arduíno (Irandhir Santos), que se revela o grande vilão da história.

Além da boa trama principal, entrechos paralelos mantêm o interesse do espectador, como o romance proibido entre Jânia (Alinne Moraes) e Otília (Alice Carvalho) e o drama de Valiana (Nathalia Dill), que sofre com o câncer de mama e se envolve com o Padre Bida (Rodrigo Lelis).

Trata-se da terceira novela original do Globoplay, com um acabamento bastante superior a Todas as Flores (2022), marcada por furos de roteiro e de direção, e a Verdades Secretas 2 (2021), produção tão pretensiosa quanto constrangedora, com muitas cenas de sexo para ofuscar a fragilidade do enredo.

Beleza Fatal (2025) também não é páreo para Guerreiros do Sol. A aposta da HBO Max, divulgada no primeiro semestre, tinha texto e direção pouco inspirados, atuações fracas, em sua maioria, além de ser recheada de exageros, clichês, diálogos pobres e cenas raras com o claro objetivo de “viralizar” nas redes sociais.

Ainda que as três novelas tenham merecido grandes investimentos, quem assistiu a cada uma delas pôde ter a sensação de estar consumindo um subproduto. É bem diferente de acompanhar uma verdadeira superprodução, em que o cuidado com cada detalhe é notado em todas as cenas.

Nesse segmento, o título com o resultado mais positivo havia sido Pedaço de Mim (2024), da Netflix. Apesar da premissa interessante, bem parecida com a dos folhetins, a atração foi divulgada como “série de melodrama” e teve apenas 17 episódios, com poucas tramas paralelas, e fugiu um pouco à tradição das novelas.

É provável que essas quatro produções tenham tido audiência e repercussão maiores que Guerreiros do Sol – os dados não são divulgados como os da TV aberta –, mas qualidade é outro assunto. Nenhuma delas teve o mesmo esmero notado na criação de George Moura e Sergio Goldenberg, em mais uma parceria bem-sucedida da dupla.

É criada uma atmosfera de adrenalina, ainda que a trama não caminhe em ritmo alucinante. O roteiro é bem desenvolvido e tem momentos catárticos. Todos os atores estão bem, resultado não só da competência de cada um, mas também da ótima direção de Rogério Gomes, que sabe tirar o melhor dos intérpretes.

A crítica mais incisiva que se pode fazer é à perpetuação de estereótipos na representação do Nordeste. Entretanto, a ambientação de época justifica toda a estética, que se mostra mais honesta do que novelas anacrônicas como Mar do Sertão (2022) e No Rancho Fundo (2024).

O texto se prende a certo maniqueísmo, associado às próprias leis do cangaço, onde a justiça e a violência estão sempre em convergência. É no momento em que os personagens escapam de arquétipos de mocinhos e vilões que os autores mostram a complexidade de sua criação.

Por ora, Guerreiros do Sol está restrita aos assinantes do Globoplay – a exibição na TV tem sido no canal a cabo Globoplay Novelas e não há certeza se a novela será veiculada na Globo. O cenário aponta que o streaming pode se consolidar como o espaço a que a emissora destina suas melhores obras.

Guerreiros do Sol é criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com colaboração de Claudia Tajes, Mariana Mesquita, Ana Flávia Marques, Dione Carlos e Marcos Barbosa. Frederico Pernambucano de Mello, autor do livro homônimo que inspirou a novela, é consultor de pesquisa e conteúdo.

A direção artística é de Rogério Gomes, com direção de João Gomes e Thomaz Cividanes, produção de Juliana Castro e direção de gênero de José Luiz Villamarim.

nossa que exagero

ainda não assisti.
mas to pensando em assistir pq tem muito macho nordestino apetitoso

1 curtida

primeira vez que vejo alguém falando sobre essa novela na internet

3 curtidas

Só de fala em outra coisa, nunca será Beleza Fatal

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Beleza Fatal PISOU MUITO

Em qualidade deve até ser, mas fracassou muito. Enfiaram no Viva e até no Prime Video e mesmo assim não tem repercussão - e no Globoplay apanha até do remake fracassado de Vale Tudo

É excelente mesmo. Nunca vi tanta violência e um vilão tão demoníaco