Protagonista de “Os Dez Mandamentos” (2015), o ator Guilherme Winter perdeu o processo que movia contra a Record na Justiça de São Paulo. Ele pedia cobrava um pagamento “justo” pelas inúmeras reprises da produção. Cabe recurso.
A coluna teve acesso aos autos do processo, que corre na 50° Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Na ação, Winter diz que não recebeu nada pelas reexibições da trama bíblica em outras TVs e até mesmo na própria Record.
O ator apresentou cópias de seu contrato e argumentou que não foi pago, por exemplo, pela exibição de “A Bíblia”, um especial que juntou diversas produções do gênero em uma só novela, como se fosse algo inédito. Há também queixas sobre a exibição de “Os Dez Mandamentos” na TV Brasil e no canal pago TNT Novelas.
Por dano material, o ator pede R$ 50 mil de indenização por parte da emissora. Ele entrou com a ação através de sua empresa, a GW Produções Culturais Ltda.
A juíza Priscilla Bittar Neves Netto, que analisou o caso não concordou com os argumentos apresentados por Winter. Segundo ela, os contratos apresentados tinham cláusulas que autorizavam reexibições sem restrições e sem novos pagamentos.
“Restou evidente que houve manifestação expressa de vontade do artista, por meio de sua empresa, de ceder tais direitos à ré (Record) e com a transferência, ela pode utilizar da obra em que atuou o ator sempre que assim o desejar, sem que seja necessário novo pagamento de remuneração”, disse a magistrada.
Winter foi contratado pela Record em 2013, quando fez seu primeiro papel em uma trama bíblica: Rubem, em “José do Egito” (2013). Ele também fez parte do elenco da novela “Pecado Mortal”.
Em 2015, interpretou seu papel de maior sucesso: o profeta Moisés em “Os Dez Mandamentos” (2015). A trama chegou a picos de 32 pontos em São Paulo e venceu a Globo sistematicamente em pleno horário nobre.
Após um período descansando a imagem, em 2018, Winter interpretou o personagem Judas Iscariotes na novela “Jesus”. Em 2019, integrou o elenco da novela “Topíssima”, interpretando Lima. Em 2020, após oito anos, a Record decidiu não renovar o seu contrato.
