Prefeito vai pedir que Rio seja reconhecido como ‘capital honorária’ do Brasil
Eduardo Paes já conversou com presidente Lula sobre o assunto. Medida oficializaria a cidade como principal cartão postal do país.
A Prefeitura vai formalizar, na próxima semana, um pedido para que o Rio de Janeiro seja reconhecido como “capital honorária” e “cidade federal” do Brasil. O prefeito Eduardo Paes sugeriu ao presidente Lula que a medida seja adotada por decreto.
A informação foi publicada primeiro pelo Jornal O Globo e obtida pelo portal g1, que teve acesso ao estudo interno da prefeitura.
Segundo a assessoria da prefeitura, o título tem valor simbólico e não altera a posição do Rio de Janeiro no cenário federal. Porém, oficializa a cidade como principal cartão postal do país e tem o papel de valorização do município.
O Rio é reconhecido como primeira cidade do mundo a receber o título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana desde julho de 2012.
Ainda de acordo com o poder municipal, o pedido já foi discutido entre o prefeito Eduardo Paes e o presidente Lula.
O prefeito Eduardo Paes formalizará um pedido ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que, por decreto, o Rio seja reconhecido oficialmente como capital honorária do Brasil e cidade federal. Paes sugere, também, que o ato presidencial seja assinado em julho, durante o encontro de cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o próximo evento internacional a ser sediado no município.
O pleito, explica o prefeito, é mais simbólico. Reforça a condição do Rio de ser a imagem do Brasil para o mundo, e ainda seria um primeiro passo para reparar atos que ele considera autoritários e prejudiciais à cidade: a transferência da capital para Brasília (1960), sem compensações; e a fusão dos antigos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro (1975), durante a ditadura militar. Segundo Paes, a medida não representaria mais verbas nem desvinculação com o governo estadual.
— Não tem aumento de arrecadação, repasse de fundo… (O decreto) tem um caráter honorário mesmo. É claro que, a partir daí, você vai criando um ambiente. Por exemplo, o Lula é muito sensível para essas coisas do Rio. O G20 (encontro que reuniu ano passado as maiores economias do mundo), eu briguei, teve disputa e aconteceu no Rio. Agora, o Brics, o Rui Costa (ministro da Casa Civil) queria que fosse na Bahia… O Lula tem muito essa sensibilidade de devolver protagonismo ao Rio. Isso acaba gerando impactos na vida da cidade — destaca o prefeito. — Claro que a minha estratégia é construir um argumento de que se dê atenção especial ao Rio, mas isso é um processo.
Paes reafirma que não quer que Brasília deixe de ser capital nem pretende discutir a “desfusão”:
— O que a gente quer é consolidar a fusão neste momento. Lançamos o Pan-Americano do Rio e de Niterói (o Brasil já oficializou a candidatura das duas cidades como sede do evento em 2031). Eu confesso que, se eu fosse governador do estado, decretaria que Niterói é a capital honorária do estado. Da mesma maneira que o Rio sofreu quando houve a transferência da capital federal, Niterói também perdeu quando deixou de ser capital do estado.
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