Fãs argentinos de Taylor Swift e do K-pop se unem contra Javier Milei; entenda
Candidato à presidência foi chamado de ‘Trump argentino’ por fãs da cantora; já Victoria Villarruel, sua companheira de chaoa, foi alvo de críticas após tuítes feitos por ela em 2020 sobre pop coreano viralizarem
Semanas antes do segundo turno das eleições na Argentina, o candidato da direita radical Javier Milei e sua companheira de chapa, Victoria Villarruel, foram criticados por uma frente inesperada: fãs da cantora Taylor Swift e do K-pop. O candidato e seu partido, o A Liberdade Avança, foram descritos nesta quinta-feira como representantes da “direita antidemocrática” e “Trump” argentino.
Milei, que propôs a dolarização da economia argentina e até a legalização do comércio de órgãos, liderou as pesquisas antes do primeiro turno no domingo, mas chegou em segundo lugar no pleito, atrás do ministro Sérgio Massa, candidato peronista à Casa Rosada. Agora, os dois lutam para conquistar votos para o segundo turno, que ocorrerá em 19 de novembro. Os ataques pop foram feitos nas redes sociais:
“Candidatos do Liberdade Avança descreveram as mortes, torturas e desaparecimentos forçados cometidos durante a ditadura como ‘excessos’; acreditam que a igualdade no casamento é desnecessária, afirmam que o feminismo é uma mentira, que não há diferença salarial de gênero e estão considerando a legalização do comércio de órgãos”, tuitou uma conta em nome dos Swifties (os fiéis fãs de dona Taylor) contra o partido.
“Como Taylor diz, precisamos estar do lado certo da História”, escreveu um fã da cantora, que esgotou três shows no estádio de futebol River Plate, em Buenos Aires, com capacidade para 80 mil pessoas. O espetáculo correrá apenas uma semana antes do segundo turno na Argentina, e um dos maiores apresentadores da TV local, Jorge Rial, descreveu as críticas como “golpe mortal” para o candidato.
– Você acabou de cometer o maior erro da sua vida, mexeu com os fãs de Taylor Swift. Saia, idiota, você não pode vencê-los – disse Rial.
Fãs de BTS também se revoltaram
Enquanto isso, a companheira de chapa de Milei, Victoria Villarruel, foi alvo de críticas por parte dos fãs da boy band BTS, enfurecidos por uma série de tweets feitos por ela em 2020 redescobertos durante a campanha. Em um deles, ela sugeriu que o nome da banda parecia “uma doença sexualmente transmitida”.
“Repudiamos as declarações de ódio e xenofobia em relação à imagem do BTS proferidas pela candidata Victoria Villarruel”, tuitou a conta BTS Argentina. “Esperamos as desculpas correspondentes”.
Na última quarta-feira Villarruel fez um post lamentando a “avalanche de notificações de conversas engraçadas típicas do Twitter de mil anos atrás”. A banda sul-coreana de sete membros é um fenômeno musical mundial e um dos poucos grupos desde os Beatles a emplacar quatro álbuns em primeiro lugar nos Estados Unidos em menos de dois anos.
Juan Grabois, que perdeu a nomeação da aliança de centro-esquerda para Sergio Massa nas primárias de agosto, respondeu com um aviso: “Você mexe com o BTS, você mexe comigo”, postou. “Não mexa com o K-pop”, acrescentou ele.
A companheira de chapa de Milei não é neófita em polêmicas nas redes. Ela as usou no passado para criticou organizações de direitos humanos e as Mães da Plaza de Mayo, de parentes de vítimas da ditadura militar argentina. E ainda repudiou o uso de bandeiras das comunidades LGBTQIAP+ e indígena nas escolas, dizendo acabará com a “doutrinação e apagamento da identidade nacional” se eleita vice de Milei.
Em resposta aos seus comentários sobre o BTS na quinta-feira, Alejandro Kim, ex-vice-presidente da Câmara de Comércio Argentino-Coreana, apontou que a banda é responsável por cerca de 0.5% do PIB da Coreia do Sul. “Parabéns! Você combinou xenofobia, racismo e ignorância em 200 caracteres!”, disse