Vilão de 'Mulheres de areia', Henri Pagnoncelli fala sobre vida entre o Brasil e Portugal e diz que se aposentou da carreira de médico

No ar em “Mulheres de areia” como o vilão César, Henri Pagnoncelli diz que a novela é um fenômeno atemporal e que, onde quer que passe, é abordado por conta do trabalho, tanto no Brasil quanto no exterior:

— A novela já reprisou muitas vezes e é sempre o mesmo sucesso. Às vezes, nem me dou conta de que ela está sendo reexibida. Descubro quando alguém me para na rua para falar, pedir fotos. Foi um trabalho muito prazeroso, com um elenco de primeira. Poder contracenar e conviver com atores como Raul Cortez, Sebastião Vasconcelos e tantos outros foi muito enriquecedor.

Na reta final da trama, seu personagem mata Raquel, a gêmea malvada vivida por Gloria Pires. Pagnoncelli conta que, na época da exibição original, conciliava o trabalho com a produção teatral, o que exigia que ele estivesse sempre na rua resolvendo questões:

— Eu estava um dia andando pela Rua da Alfândega, no Centro do Rio, quando um homem começou a gritar para mim do outro lado da rua: “Assassino, assassino”. Eu demorei a me tocar sobre o que ele estava falando. Quando me dei conta, comecei a rir.

Após quase duas décadas morando em Portugal, o ator conta que atualmente tem dividido a sua vida entre o Brasil e o país europeu:

— Ano passado eu rodei o Brasil com o monólogo “Caim” e, neste momento, estou tirando férias em Lisboa. Está inverno por aqui, é uma época do ano muito agradável. Tenho me dividido, porque tenho trabalhos nos dois países.

O monólogo, baseado no último romance de José Saramago, foi escrito pela sua mulher, a dramaturga Teresa Frota, com quem ele está casado há 37 anos:

— Estamos planejando outros projetos juntos, mas nada que ainda possa ser dito. Temos um filho de 34 anos, o João Pedro. Ele é um ótimo ator, mas não quis seguir na área, disse que queria ganhar mais dinheiro. Ele virou desenvolvedor de TI.

Depois da pandemia da Covid-19, Pagnoncelli decidiu encerrar a sua atividade em outra profissão que sempre conciliou com a carreira artística: a medicina. Ele é especializado em estética e dermatologia:

— Aqui em Portugal eu não posso clinicar. Então, depois que me mudei para cá, trabalhava quando voltava ao Brasil. Com o tempo, fui parando, apenas dando aulas. Com a pandemia, larguei de vez. Mas é uma área de que eu gosto bastante e continuo estudando.

Henri Pagnoncelli e a mulher, Teresa Frota — Foto: Reprodução/Instagram

Henri Pagnoncelli e a mulher, Teresa Frota — Foto: Reprodução/Instagram