O Dezembro Vermelho, campanha instituída pela Lei nº 13.504/2017, marca uma grande mobilização nacional na luta contra o vírus HIV, a Aids e outras IST (infecções sexualmente transmissíveis), chamando a atenção para a prevenção, a assistência e a proteção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV.
A campanha é constituída por um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento ao HIV/Aids e às demais IST, em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais
Resumo
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Resumo
Cientistas identificaram um tipo de chimpanzé na África ocidental como a fonte de infecção por HIV em humanos. Acredita-se que a versão do vírus da imunodeficiência – chamado vírus da imunodeficiência símia (SIV) – dos chimpanzés provavelmente foi transmitida aos seres humanos e se transformou em HIV quando os seres humanos caçavam esses chimpanzés e se alimentavam de sua carne, o que levou ao contato com o sangue infectado. Estudos mostram que essa transmissão de macacos para humanos pode ter acontecido ainda no século XIX. Durante décadas, o vírus se espalhou lentamente pela África e mais tarde por outras partes do mundo. Nós sabemos que o vírus existe nos Estados Unidos desde a metade dos anos 70.
Resumo
O HIV possui uma progressão bem documentada. Se não tratado, o HIV é quase universalmente fatal porque ele eventualmente destrói o sistema imunológico – resultando na síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). O tratamento para o HIV ajuda em todos os estágios da doença, e pode desacelerar ou prevenir a progressão de um estágio para o outro.
Resumo
Entre 2 e 4 semanas depois da infecção pelo HIV, você pode se sentir doente, com sintomas similares ao da gripe. Essa fase é denominada síndrome retroviral aguda (ARS) ou infecção HIV primária, e é a resposta natural do corpo à infecção por HIV. No entanto, nem todo mundo desenvolve ARS – e algumas pessoas podem não apresentar os sintomas.
Durante esse período de infecção, grandes porções do HIV estão sendo produzidas no seu corpo. O vírus faz uso de importantes células do sistema imunológico, conhecidas como células CD4, para fazer cópias de si mesmo e destrói essas células no processo. Por esse motivo, a quantidade de células CD4 pode diminuir rapidamente.
Sua habilidade de transmitir HIV é maior durante esse processo porque a quantidade de vírus no sistema é muito alta.
Eventualmente, sua resposta imune começará a trazer a quantidade de vírus no seu corpo de volta para um nível estável. Assim, a contagem de células CD4 começará a crescer, mas não voltará, necessariamente, aos níveis normais anteriores à infecção.
Resumo
Esse estágio costuma ser chamado de infecção HIV assintomática ou infecção HIV crônica. Durante essa fase, o HIV ainda está ativo, mas reproduz em níveis muito baixos.
Você pode não apresentar nenhum dos sintomas, nem ficar doente durante esse tempo.
Pessoas que adotam uma terapia antirretroviral (ART) podem viver sob a latência clínica por várias décadas. Para as pessoas que não estão em tratamento, essa fase pode durar cerca de uma década, mas alguns casos podem passar dessa fase rapidamente. É importante lembrar que você ainda é capaz de transmitir HIV para outras pessoas durante essa fase mesmo passando por um tratamento antirretroviral, em que os riscos são bastante reduzidos.
Entre o meio e o fim desse período, sua carga viral começa a crescer e a contagem de células CD4 começa a diminuir. Enquanto isso acontece, você pode começar a aparentar sintomas do HIV uma vez que seu sistema imunológico se torna fraco demais para te proteger.
Resumo
Esta é a fase da infecção que ocorre quando o sistema imunológico está seriamente danificado e você se torna vulnerável a infecções e cânceres relacionados a infecções, as chamadas doenças oportunistas. Quando o número de suas células CD4 cai abaixo de 200 células por milímetro cúbico de sangue (200 células/mm3), é considerado que você progrediu do HIV para a AIDS. (A contagem normal de CD4 fica entre 500 e 1.600 células/mm3).
Você também pode ser diagnosticado com AIDS se você desenvolver uma ou mais das doenças oportunistas, independentemente de sua contagem de CD4. Sem tratamento, as pessoas que são diagnosticadas com AIDS normalmente sobrevivem cerca de 3 anos. Uma vez com uma doença oportunista perigosa, a expectativa de vida sem tratamento cai para cerca de 1 ano. Pessoas com AIDS precisam de tratamento médico para evitar a morte.
Resumo
Janela imunológica é o período entre a infecção pelo HIV e a produção de anticorpos contra o HIV pelo organismo em uma quantidade suficiente para serem detectados pelos testes, como o teste rápido. Na maioria dos casos, a duração da janela imunológica é de 30 dias, porém esse período pode variar, dependendo da reação do organismo do indivíduo frente à infecção e do tipo do teste (método utilizado e sensibilidade). Se um teste para detecção de anticorpos anti-HIV é realizado durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de gerar um resultado não reagente, mesmo que a pessoa esteja infectada. Dessa forma, recomenda-se que, nos casos de testes com resultados não reagentes em que permaneça a suspeita de infecção pelo HIV, a testagem seja repetida após 30 dias com a coleta de uma nova amostra. Verifique a bula do teste que está sendo utilizado para identificar qual a janela imunológica prevista. É importante ressaltar que, no período de janela imunológica, o HIV já pode ser transmitido, mesmo nos casos em que o resultado do teste que detecta anticorpos anti-HIV for não reagente.
Resumo
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue venoso ou digital (ponta do dedo), para realização de testes rápidos ou laboratoriais que detectam os anticorpos contra o HIV. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O diagnóstico de infecção pelo HIV só é confirmado quando houver resultado reagente em dois testes rápidos (triagem e confirmatório), executados no mesmo período.
Resumo
Uma das formas de se prevenir do HIV é a PrEP, a Profilaxia Pré-Exposição. Ela consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permitem ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. A pessoa em PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Resumo
A PrEP é a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns “caminhos” que o HIV usa para infectar o organismo. Existem duas modalidades de PrEP indicadas: a PrEP diária e a PrEP sob demanda.
Resumo
Consiste na tomada diária dos comprimidos, de forma contínua, indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV
Resumo
Consiste na tomada da PrEP somente quando a pessoa tiver uma possível exposição de risco ao HIV. Deve ser utilizada com a tomada de 2 comprimidos de 2 a 24 horas antes da relação sexual, + 1 comprimido 24 horas após a dose inicial de dois comprimidos + 1 comprimido 24 horas após a segunda dose. A PrEP sob demanda é indicada para pessoas que tenham habitualmente relação sexual com frequência menor do que duas vezes por semana E que consigam planejar quando a relação sexual irá ocorrer. Além disso, as evidências científicas garantem a segurança e eficácia da PrEP sob demanda somente para algumas populações. São elas: homens cisgêneros heterossexuais, bissexuais, gays e outros homens cisgêneros que fazem sexo com homens (HSH), pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais - que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol.
ATENÇÃO: a PrEP só tem efeito protetor se você tomar o medicamento conforme a orientação de um profissional de saúde. Caso contrário, pode não haver concentração suficiente das substâncias ativas em sua corrente sanguínea para bloquear o vírus e você não estará protegido
Resumo
Mulheres cisgênero, pessoas trans ou não binárias designadas como sexo feminino ao nascer, e qualquer pessoa em uso de hormônio a base de estradiol, que façam uso de PrEP oral diária, devem tomar o medicamento por pelo menos 7 (sete) dias para atingir níveis de proteção ideais. Antes dos sete dias iniciais de introdução da PrEP, medidas adicionais de prevenção devem ser adotadas.
Homens cisgêneros, pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, e travestis e mulheres transexuais - que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol - e que usem PrEP, seja ela diária ou sob demanda, devem tomar uma dose de 2 (dois) comprimidos de TDF/FTC de 2 a 24 horas antes da relação sexual para alcançar níveis protetores do medicamento no organismo para relações sexuais anais (4, 5). Ressalta-se que os estudos de PrEP sob demanda não apresentam evidências de proteção para relações sexuais (neo)vaginal recepvas
IMPORTANTE: É fundamental a testagem regular, a investigação de sinais e sintomas para outras IST. A PrEP previne contra o HIV e permite o diagnóstico e tratamento de outras IST, interrompendo a cadeia de transmissão. O uso do preservativo previne do HIV e outras IST.
A PrEP é indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade para o HIV.
Resumo
Algumas situações que podem indicar o uso da PrEP:
Frequentemente deixa de usar camisinha em suas relações sexuais (anais ou vaginais);
Faz uso repetido de PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV);
Apresenta histórico de episódios de Infecções Sexualmente Transmissíveis;
Contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas, moradia, etc.
Chemsex: prática sexual sob a influência de drogas psicoativas (metanfetaminas, Gama-hidroxibutirato (GHB), MDMA, cocaína, poppers) com a finalidade de melhorar e facilitar as experiências sexuais.
Resumo
PEP é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente transmissíveis (IST). Consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como:
Violência sexual;
Relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento);
Acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
A PEP é uma tecnologia inserida no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada, cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para atender às necessidades de cada pessoa ou ainda das possibilidades de inserir o método preventivo na sua vida. Essas medidas visam evitar novas infecções seja pelo HIV ou pela hepatite B e outras IST.
Resumo
Como profilaxia para o risco de infecção pelo HIV, a PEP tem por base o uso de medicamentos antirretrovirais com o objetivo de reduzir o risco de infecção em situações de exposição ao vírus.
Trata-se de uma urgência médica e deve ser iniciada o mais rápido possível - preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em até 72 horas. A profilaxia deve ser realizada por 28 dias e a pessoa tem que ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período realizando os exames necessários.
Existe a recomendação de que toda pessoa com exposição sexual de risco ao HIV seja avaliada para um eventual episódio de infecção aguda pelos vírus das hepatites A, B e C.
Resumo
Carga viral é um termo que utilizamos para descrever a quantidade de vírus que uma pessoa possui no corpo. O termo costuma ser mais conhecido por pessoas que apresentam infecção pelo HIV, entretanto com a pandemia do novo coronavírus a palavra passou a ser conhecida por toda a população.
No caso da carga viral do HIV, é a quantidade desse tipo de vírus que existe no sangue ou plasma de uma pessoa.
Como o HIV é um vírus que afeta o sistema imunológico, que é responsável por defender o organismo de doenças, quanto maior a carga viral (quantidade de vírus no corpo) maior será o comprometimento desse sistema.
Quando uma pessoa vivendo com HIV segue o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, a carga viral torna-se tão baixa que não é detectada pelo exame de carga viral e assim temos o que chamamos de carga viral indetectável
Resumo
Uma pessoa vivendo com HIV e com carga viral indetectável não transmite o HIV sexualmente. Foi assim que surgiu o termo “indetectável = intransmissível”.
O termo é válido desde que as pessoas vivendo com HIV estejam com carga viral do HIV indetectável há pelo menos seis meses.
Fontes: Unaids e portais do ministério da saúde.